A Fundação Padre Leonel Franca realizou a última celebração dos 40 anos da instituição nos pilotis do Edifício Kennedy, na PUC-Rio, com a participação do Reitor da Universidade, Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J., Presidente da Fundação, Padre Roberto Barros Dias, S.J., Provincial dos Jesuítas no Brasil, Padre Miêczysláw Smýda, S.J., e do Vice-Reitor Geral da PUC-Rio, Padre André Luís de Araújo, S.J..
No discurso de boas-vindas, Padre Anderson falou sobre os pilotis como palco de transformação que, no dia, abrigava o encerramento da comemoração e confirmava o propósito da Fundação Padre Leonel Franca, fundamental para a existência da Universidade.
— Deus nos oferece duas coisas, uma coisa boa e uma coisa melhor. Ele não sabe nos oferecer uma coisa ruim. E o melhor na universidade se traduz na excelência acadêmica – afirmou Padre Anderson.
O Provincial dos Jesuítas no Brasil, Padre Miêczysláw Smýda, S.J., começou seu discurso agradecendo o acolhimento do Reitor da PUC-Rio, do Presidente da Fundação Padre Leonel Franca (FPLF), Padre Roberto Barros Dias, S.J., ao corpo de vice-reitores e ao ex-reitor da Universidade, Padre Josafá Carlos de Siqueira S.J., que também estava presente na cerimônia.
De acordo com o religioso, o compromisso da Fundação é trabalhar para tecer sonhos e realidades. Dessa forma, a missão de ambas as fundações, tanto a PUC-Rio, quanto a FPLF, propõe um trabalho em rede. A Universidade, voltada para o lado educacional, e a Fundação, para o lado contratual e de projetos. Padre Miêczysláw Smýda destacou que há muito em comum entre a identidade e a missão da PUC-Rio e da Fundação.
— A missão e a identidade da PUC-Rio contemplam o desenvolvimento do ensino e aprofundamento da investigação e da pesquisa para inserção do saber na realidade brasileira. Coloca a ciência a serviço da comunidade e orienta suas atividades para a educação de um mundo melhor. A identidade e missão da Fundação Padre Leonel Franca, desde sua instituição em 1983, é proporcionar maior dinamismo na gestão de contratos de relevante retorno técnico-científico e sócio-cultural, que resultam na articulação de projetos, que por fim atendem aos interesses da sociedade.
Padre Roberto expressou sua alegria em estar na PUC-Rio para o encerramento, convidou ao palco os integrantes da instituição para um registro final para uma foto e agradeceu a todos os envolvidos com as cerimônias do ano. As celebrações, segundo o presidente, tinham como objetivo dar visibilidade à instituição e às suas contribuições em projetos sócio-culturais de forma criativa, colaborativa e leve.
— “A vida é a arte do encontro”, como dizia Vinicius de Moraes, e os nossos eventos têm sido tempo e lugar de encontros. Ao falar de tempo, não me refiro às horas em que estivemos juntos, mas me refiro ao kairós: o tempo qualitativo que nossos eventos nos proporcionaram. Foram momentos de partilha de conhecimentos, vivências fraternas, de permuta, escuta, falas e construção de novos encontros. Igualmente com temas de história, memória, temas acadêmicos, artístico culturais, tecnológicos e teológicos.
Padre Roberto Barros Dias também ressaltou a importância da parceria entre a Fundação e a PUC-Rio como meios de assegurar, para o Rio de Janeiro e para o Brasil, ensino de qualidade que busca a excelência humana e social. No fim da celebração, o diretor anunciou o lançamento do livro “Padre Leonel Franca: entre anchietas e vieiras".
O vice-reitor geral, Padre André Luís de Araújo, S.J., foi responsável por apresentar a Mostra Cultural durante a festividade. No discurso, o jesuíta apontou a importância da dimensão cultural presente na Fundação, escolhida para encerrar o ciclo de comemorações. Além disso, Padre André também comentou a respeito da mostra “PUC, mostra tua arte”, que premiou três alunos da Universidade.
— Em um segundo momento, surgiu a ideia de uma Mostra Cultural para reconhecer os talentos que nós temos aqui, no nosso campus, e das múltiplas linguagens nas quais esses trabalhos se expressaram. A fecundidade deste processo contou com um edital em que se inscreveram cerca de 60 artistas dos nossos cursos de graduação, mestrado e doutorado, pensando em diversos campos do saber.
A banca responsável por selecionar os artistas foi composta pela professora do Departamento de Administração Alessandra Baiocchi e o professor do Departamento de Letras Miguel Jost. Os selecionados foram os seguintes: a música “Um jesuíta para Jesus - Pe. Leonel Franca”, do aluno do Departamento de Psicologia Marcos Paulo Mendes de Amorim Júnior, a intervenção com lambe-lambe e o projeto para teatro “O sol qu’eu nunca vi”, dos alunos do Departamento de Comunicação Alberto Pereira e Maria Clara Miranda Pieper.
A celebração dos 40 anos da FPLF encerrou com a apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, residente da Universidade. A exibição contou com um acervo de sete músicas e com as participações do maestro convidado Marcos Paulo Mendes e da cantora lírica Tania Gomez. A orquestra performou obras de Heitor Villa-Lobos, Mozart, Georges Bizet e Alberto Ginastera, e finalizou com a música Cidade Maravilhosa, de André Filho.
Exposição “Fundação”
A exposição “Fundação” faz parte da comemoração dos 40 anos da Fundação Padre Leonel Franca. Com curadoria do Núcleo de Memória, a exibição é uma homenagem ao primeiro reitor da PUC-Rio e a todos os que participaram até hoje da história da Universidade. A mostra relembra a criação da PUC-Rio, os projetos que cercaram sua construção e as pessoas que idealizaram e construíram de forma material e simbólica a instituição.
Dividida em quatro partes, a exibição mostra uma reprodução do escritório de Leonel Franca e um espaço para lembrar e refletir sobre os contextos históricos em que a Universidade e a Fundação estiveram inseridas. Em outra seção, painéis estampados mostram fotos de operários que trabalharam na construção de prédios do campus e funcionários da PUC-Rio. Para o diretor do núcleo de memória, professor Marco Antonio Pamplona, “Fundação” é um olhar para tudo que foi projetado, idealizado, construído e para aqueles que tiveram algum papel na história.
— É uma homenagem aos que trabalharam aqui na Fundação, no sentido polissêmico da palavra. A parte material representa os operários e a simbólica os funcionários, pessoas que fundaram no sentido figurado por serem pilares da Universidade.
A última divisão é dedicada à memória e futuro, com uma galeria de fotos que registram o bairro da Gávea. Nela, a memória aparece por meio de imagens antigas oferecidas pelo Instituto Moreira Salles, e o futuro por fotografias registradas por alunos da Escola Municipal Christiano Hamann e da Escola Parque.
O professor Enio Frota, do Departamento de Física, foi um dos primeiros visitantes da exposição.
— Cheguei na PUC em 1963 como aluno, e em 1970 me tornei professor. Estou vendo aqui parte da minha vida, estive em muitos desses momentos. É uma parcela de quem sou.
Participaram desta cobertura: Ana Tonelli, André Bocaiuva, Angelo Ye, Carolina Bottino, Eduarda Farias, João Lustosa, Julia Amoêdo e Letícia Guimarães.