Três décadas de parceria de pré-vestibulares comunitários com a PUC-Rio foram comemoradas em uma cerimônia no dia 22 de novembro, no Auditório B6, com a entrega de Moções Honrosas e de Aplauso para ex-alunos bolsistas, lideranças e pré-vestibulares comunitários. Além disso, foi apresentada a publicação “Derrubando Barreiras: 30 anos da política de bolsas de estudo da PUC-Rio para estudantes da periferia (1993-2023)”, com a história e dados a respeito dos estudantes bolsistas da Universidade.
A solenidade contou com a presença do Vice-Reitor Geral, Padre André Luís de Araújo, S.J., que ressaltou a importância da responsabilidade social para a PUC-Rio. Além disso, o jesuíta apontou o papel da Universidade na mobilização para a garantia de políticas públicas que assegurem o acesso ao Ensino Superior.
— Todos nós temos uma questão de cidadania e uma sociedade para responder em qualquer lugar onde a gente esteja. A nossa formação humana, como cidadãos, nos torna responsáveis uns pelos outros. Como costumamos dizer: “somos PUC-Rio”. Que bom que temos condição de dar oportunidade para outras pessoas também.
A professora Valéria Pereira Bastos, do Departamento de Serviço Social, o professor Augusto Sampaio, a vereadora Monica Benicio (PSOL-RJ), o Diretor Executivo da Educafro, Frei David, o assessor especial da Reitoria para a Formação em Identidade e Missão, Padre José Abel de Sousa, S.J. e o Decano do Centro de Ciências Sociais (CCS), professor Francisco de Guimaraens estavam na mesa da comemoração.
— Posso dizer que esse projeto transformou a PUC em uma universidade no sentido pleno da palavra. As instituições superiores são os locais nos quais todos os saberes se compõem, se associam e se articulam para que o conhecimento avance. O único bem que pode ser partilhado e multiplicado simultaneamente, sem se perder nenhuma parte dele, é o conhecimento. A universidade tem essa função social e a tarefa de incluir a todos – disse Guimaraens ao afirmar que a Universidade é um espaço de formação de cidadania.
O programa de distribuição de bolsas de estudo na PUC-Rio começou em 1970, mas só nos anos 1990 alcançou estudantes de baixa renda, com a parceria com os pré-vestibulares. Segundo o professor Augusto Sampaio, esse movimento da Instituição inspirou a criação do Programa Universidade Para Todos (ProUni), que teve início em 2004.
Para além da admissão de estudantes bolsistas, percebeu-se a necessidade da criação de mecanismos para que essas pessoas consigam permanecer na Universidade. Assim, em 1997, surgiu o Fundo Emergencial de Solidariedade da PUC-Rio (FESP), que auxilia os alunos cuja renda familiar por pessoa seja de até um salário mínimo e meio. O FESP garante bolsa alimentação, bolsa transporte, auxílio computador e auxílio socioassistencial.
O representante do Coletivo 30 anos, Bernardo Mercadante Marques, apresentou os resultados da pesquisa sobre o programa de bolsas, iniciado em 1993. Entre os destaques, estão o nível do CR, considerado satisfatório, e a percepção de que, ao longo dos anos, a idade média dos estudantes bolsistas que ingressam na Universidade diminuiu – o que representa uma consolidação do projeto ao alcançar jovens recém-formados no Ensino Médio.
— Para nós, esse evento é uma forma de nos encontrarmos, muitos ex-alunos, funcionários, professores aposentados e pessoas que contribuíram para nossas trajetórias. Antes de qualquer coisa, é um motivo de muita alegria e orgulho fazer parte dessa história, além de muita gratidão a tudo que a PUC fez pela gente – afirma Bernardo.
Na celebração, estiveram presentes duas jovens que estudaram no Pré-Matriz Educafro e foram aprovadas no vestibular de 2024 da PUC-Rio. Mellrien Martins, de 24 anos, vai estudar Administração e Gabriele de Freitas, de 19 anos, vai cursar História. Enquanto Mellrien já sonhava com a PUC-Rio, para Gabriele, estudar na Universidade era um desejo que ela desconhecia.
— É inédito e novo, porque sempre pensei que entraria em alguma faculdade pública. Mas pelas oportunidades e pela forma de ensino, preferi a PUC. É um sonho realizado, um que eu não sabia que tinha.