Impressão 3D cria adaptador de água potável para RS
20/05/2024 14:59
Lorena Paiva

Cada dispositivo pode atender até 30 pessoas por dia em áreas afetadas

Universidade desenvolve adaptadores de água potável para auxiliar vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul com impressora 3D. Foto: Biodesignlab DASA/PUC-Rio.

Alunos de mestrado do Departamento de Artes & Design da PUC-Rio estão inovando ao produzir dispositivos que facilitam a filtragem de água para a população afetada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Os adaptadores, fabricados em impressoras 3D no Biodesignlab DASA/PUC-Rio e por voluntários em todo país, têm o papel de facilitar o acesso à água potável para os desabrigados. O projeto está disponível a todos que tenham acesso aos equipamentos 3D. No campus da Universidade, já há um ponto de coleta no Departamento de Artes & Design para receber os adaptadores doados pela comunidade e, que depois, irão para o Sul.

Elaborado por pesquisadores do DI BR (grupo de profissionais independente), incluindo o aluno de mestrado Raphael Bastos, o projeto surge como resposta aos desafios enfrentados pela população do Sul. Bastos trouxe a proposta aos colegas de pós-graduação, que desenvolveram dezenas de protótipos a serem enviados para a região atingida.

Os adaptadores serão distribuídos em kits contendo um saco resistente, que pode servir como recipiente para a filtragem de água, uma vela de filtro de barro e um manual de instruções desenvolvido pela equipe. O prof. João Azevedo, do Biodesignlab DASA/PUC-Rio, destaca a importância da iniciativa: "A discussão era sobre como o design poderia gerar soluções para os desafios enfrentados no Rio Grande do Sul. A partir disso, buscamos alinhar nosso conhecimento e pesquisa para alcançar um público mais amplo por meio de tecnologias inovadoras. Trata-se de um formato de 'fabricação distribuída', que é algo que a gente estuda muito no laboratório. A ideia é fazer com que um pesquisador consiga enviar um projeto de um estado para o outro. Assim, a produção do protótipo será incentivada e distribuída em maior quantidade", afirma.

Professores e alunos de Mestrado da PUC-Rio integram equipe. Foto: Comunicar

Os pesquisadores enfatizam a importância da rede solidária e colaborativa, em que o Biodesignlab DASA/PUC-Rio é um dos centro de produção de adaptadores: "A disponibilização do adaptador não elimina a necessidade de doação de garrafas d'água. Dado o contexto de catástrofe, é importante encontrarmos soluções mais simples e acessíveis para apoiar aqueles que foram atingidos. Temos atualmente uma grande comunidade de designers com impressoras 3D e entendemos que esses profissionais também podem contribuir. O que foi desenvolvido na PUC-Rio é uma maneira de permitir que mais pessoas colaborem", reforça o pesquisador Raphael Bastos.

Um dos desafios logísticos é o recebimento e envio dos adaptadores. Para o mestrando Marcelo Viana foi essencial realizar um mapeamento nacional em diferentes regiões e coordenar as coletas, tanto dos adaptadores quanto dos filtros, que também são necessários: "Conseguir conectar as diferentes regiões e as coletas, seja dos adaptadores ou dos filtros - um item para o qual também precisamos de doações - e garantir que esses equipamentos cheguem aos nossos pontos de distribuição é essencial. Enviamos para nossos centros de distribuição no Rio Grande do Sul, para que os filtros possam chegar à população”, destaca.

Os dispositivos pesam entre 50 e 70 gramas cada, e o kit completo pesa em torno de 400 gramas, facilitando o transporte. Cada adaptador pode beneficiar até 30 pessoas durante cerca de dez dias, proporcionando acesso à água potável. O projeto é aberto, e qualquer pessoa com uma impressora 3D pode reproduzir os adaptadores e doá-los no ponto de doação mais próximo. Até o momento, cerca de mil adaptadores já foram confeccionados e 200 kits enviados ao Rio Grande do Sul.

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