trabalho sobre costa carioca
Alcir de Faro Orlando (Engenharia Mecânica), Camila Barata (Nima), Fernando Walcacer (Direito), Lilian Saback (Comunicação Social), Luiz Felipe Guanaes (Geografia), Marcos Cohen (Administração), Maria Fernanda Lemos (Arquitetura), Pedro Cunca Bocayuva (IRI) e Tácio Campos (Engenharia Civil) assistiram aos debates sobre a situação do planeta, participaram de dinâmicas de grupo e, ainda, apresentaram painéis durante a conferência. De volta ao Rio, o balanço feito pelo chefe da delegação da Universidade em Londres, o diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-RIO (Nima), professor Luiz Felipe Guanaes, é positivo: “Tivemos a oportunidade de assistir e discutir com várias personalidades do meio científico e tecnológico internacional. Acredito que nos alinhamos com a magnitude do evento que nossa universidade sediará.”
do ICSU que virá ao Rio para discutir detalhes sobre organização
Entre os palestrantes renomados do PUP estava o Prêmio Nobel Yuan-Tseh Lee (Química 1986) e presidente do International Council for Science (ICSU). O cientista abrirá o Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, que reunirá cerca de 500 cientistas no Campus Gávea da PUC-Rio, de 11 a 15 de junho. Yuan-Tseh Lee conversou com os professores da Universidade e confidenciou:
– O Brasil, a China e a Índia, países que estão dando uma virada, precisam mostrar ao mundo uma nova forma de “ser desenvolvido”. Se repetirem o que foi considerado “desenvolvimento” até agora, os serviços ambientais que o planeta nos presta entrarão em colapso. Os cientistas do mundo precisam se reinventar na premissa de que desenvolver não significa necessariamente o que é feito hoje.
O recado dado pelo presidente do ICSU foi bem recebido por todos os professores da PUC-Rio. Cada um deles aproveitou a oportunidade de participar do Planet Under Pressure para recolher novas informações que fortaleçam os caminhos para atingir uma meta comum a todos: contribuir para formação de cidadãos sustentáveis por meio da educação e da realização de pesquisas científicas que possam ser colocadas em prática por um planeta melhor.
*Lilian Saback integrou a Delegação da PUC-Rio em Londres e contou com a colaboração de todos os demais professores no esforço de reportagem. Veja a cobertura diária do Planet Under Pressure:
Primeiro dia da delegação da PUC-Rio no “Planet Under Pressure”, Londres
Conhecimento local como base de uma economia sustentável
Uso de bicicletas como indicador da redução de desigualdades sociais
Marcos Cohen - Administração
“A conferência deu um senso de urgência para a tomada de decisões corajosas por parte dos governantes, empresários e cidadãos, no sentido de tentar reduzir as emissões de gases do efeito estufa e a pressão sobre os recursos naturais do planeta. O atual enfoque top-down de acordos entre nações não vem sendo suficiente para dar conta dos desafios. Será necessário incluir todos os grupos de atores sociais nas discussões, de forma interconectada e mais participativa.”
Tácio de Campos - Engenharia Civil
“Fiquei particularmente impressionado com a existência de uma nova área de atuação técnico-científica, denominada Geoengenharia, que compreende o desenvolvimento de técnicas de engenharia que possibilitem a sobrevivência do Planeta no caso de não se conseguir, em tempo hábil, minimizar os efeitos cada vez mais importantes decorrentes da emissão de gases de efeito estufa. Ficou clara a necessidade de se ter um Instituto ou algo similar que se proponha a desenvolver pesquisas integrando todas as áreas de ciências básicas (física, química, biologia e matemática) e de todas as engenharias.”
Felipe Guanaes - Geografia
“Para a delegação da PUC-Rio, o rico diálogo multidisciplinar foi uma experiência muito valiosa. As diferentes visões, métodos e percepções dos próprios professores enriqueceram o debate tanto nas sessões do Planet Under Pressure quanto acerca do evento.”
Maria Fernanda Lemos - Arquitetura
“Os debates reforçaram alertas sobre a crise socioambiental e reafirmaram que ainda podemos consolidar valores e práticas potencialmente capazes de reorientar o desenvolvimento socioeconômico no mundo. Não podemos permitir que essa chance seja perdida. A comunidade da PUC, que receberá parte importante do debate, deve estar especialmente motivada a promover essa reorientação em seu próprio ambiente.”
Pedro Cunca - IRI
“O encontro expressa forte movimento da comunidade científica, principalmente de cientistas norte americanos, anglo-saxões e brasileiros. O objetivo é representar também documentos da ONU. Espera-se, portanto, da Rio+20, que esses modelos químicos consigam reproduzir resultados concretos sobre as mudanças climáticas.”
Alcir Faro Orlando - Engenharia Mecânica
“Nas áreas de energia e clima, muito ainda deve ser feito para que sejam alcançados os objetivos. A Rio+20 deve estabelecer critérios de sustentabilidade, principalmente no que diz respeito ao bem estar social, assim como no uso mais racional da energia e previsões mais exatas do clima. A PUC-Rio está preparada para este desafio.”
Fernando Walcacer - Direito
“Penso que a ciência cada vez mais se aproxima de uma perspectiva interdisciplinar. A emergência da questão ambiental tem obrigado ambientalistas, economistas, sociólogos etc. a conversarem mais, e essa aproximação certamente em muito beneficiará as futuras gerações. O congresso reconheceu a emergência do antropoceno – uma era geológica marcada pelos impactos da atividade humana sobre a biosfera, deixando os chamados “céticos” sobre as mudanças climáticas cada vez mais isolados.”
Camila Barata - Nima
“Minha principal colocação é relativa aos avanços contratuais e operacionais alcançados. Foi enriquecedora a aproximação das equipes, tanto acadêmicas (pares temáticos de professores da PUC e os organizadores das mesas, do ICSU e do IIED) quanto operativas.”