Círculo da Matemática:um aprendizado criativo
09/10/2014 15:36
Por: Rayanderson Guerra / Foto: Bruna Duque Estrada

Projeto da Universidade de Harvard é inserido nas escolas públicas do Rio

Para estudiosos, ensinar e aprender matemática deve ser prazeroso, e o processo precisa motivar os alunos, respeitando o tempo de assimilação de conteúdo de cada estudante
Se você me disser eu esquecerei, mas se me perguntar eu descobrirei. Esse é o lema dos criadores do The Math Circle, Bob e Ellen Kaplan, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A abordagem de O Círculo da Matemática tem o objetivo de despertar o interesse pela disciplina em crianças do Ensino Fundamental. Implementado em mais de 60 escolas da rede pública brasileira, de nove cidades, das cinco regiões do país, o projeto está sendo inserido na rede municipal de Educação do Rio de Janeiro com o apoio da Secretaria de Educação.

Em parceria com a iniciativa privada, a proposta contemplará cerca de 750 alunos, na primeira fase, em seis unidades educativas da cidade carioca: Ciep Nação Rubro Negra, Escola Municipal Minas Gerais, Escola Municipal Shakespeare, Ciep Presidente Agostinho Neto, Escola Municipal Francisco Alves e Escola Municipal Arthur Ramos. As aulas serão ministradas por educadores brasileiros com base na estrutura pedagógica de O Círculo da Matemática, mas ajustada ao contexto brasileiro.

Durante a palestra E se as crianças gostassem de Matemática?, no dia 11 de setembro, no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a professora Ellen Kaplan explicou que a matemática é interessante e pode ser ensinada de maneira criativa e lúdica.

– Na Universidade, eu conheci muitos matemáticos e eles têm uma característica em comum, acham que todo mundo deveria amar a matemática, o que é meio idiota, porque as pessoas não amam a matemática. Mas quando você começa a ter pessoas explicando, de uma maneira diferente, e com entusiasmo, você para e pensa que aquilo faz sentido e, quando você chega a uma solução, fica surpreendido com o resultado – disse.

Segundo Bob Kaplan, ensinar e aprender matemática deve ser um momento prazeroso, e o aprendizado deve motivar os alunos e a turma.

– O objetivo é sempre tê- -los de uma forma a descobrir as soluções das estruturas com competência e confiança. Cada vez mais com orgulho de seu aprendizado e do desenvolvimento do seu grupo – declarou.

Os alunos Pietro Pepe, 19 anos, do 4º período de Engenharia da Computação, e Eliza Gomes, 25 anos, do 4º período de Pedagogia da Universidade, já receberam o treinamento e a capacitação. Segundo Eliza, entender o tempo de aprendizagem de cada aluno é essencial para o ensino da disciplina.

– Conheci o Círculo por um e-mail enviado à PUC, e a possibilidade de desmitificar o monstro da matemática na vida educacional das crianças me motivou a participar e a ser uma educadora. O diferencial do Círculo é o foco no raciocínio e não no conteúdo, como no ensino regular. Nós trabalhamos com o percurso, o ensino regular trabalha com o objetivo – contou.

Pietro entrou em contato com o projeto por meio do Departamento de Matemática.

– O que me motiva a participar é a metodologia pedagógica interessante e a proposta de mudar o sistema de educação brasileiro. O Círculo reforça o processo de raciocínio da criança, tem enfoque na inclusão e no acompanhamento de todas elas. A criança não é pressionada e a aula não é necessariamente linear. A turma ajuda a guiar a aula – revelou.

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