Jovens e adultos de comunidades do Rio apresentaram trabalhos produzidos durante semestre

O curso de Cinema, Criação e Pensamento, promovido pelo Núcleo de Comunicação Comunitária (Comcom), do Projeto Comunicar, foi encerrado no dia 3 de dezembro, no Centro Loyola de Fé e Cultura, na Estrada Gávea. Na ocasião, foram exibidas quatro produções cinematográficas produzidas pelos alunos. Elas mostravam a situação de moradores de rua na cidade do Rio de Janeiro, a educação a partir do esporte na comunidade Pavão-Pavãozinho, a problemática da remoção dos moradores da Vila Autódromo, em Jacarepaguá, para a ocupação de empreendedores imobiliários, e a realidade da Umbanda nas comunidades.

O curso foi criado pelo Comcom há quatro anos, com o objetivo de criar um diálogo entre jovens e adultos das favelas do Rio sobre a realidade nas comunidades em que eles vivem, a partir de conhecimentos em cinema. O professor Ney Costa Santos, do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, explica o debate com os alunos durante as aulas contribuem para a formatação dos trabalhos.

- Nos últimos trinta minutos de aula, ocorre uma conversa, a partir da visão particular que os alunos têm sobre os filmes, até mais antigos, exibidos durante o curso. Há sempre uma troca de experiências entre os professores e os alunos que, de diversas formas, se aproximam do universo do cinema.

Aluno do curso e também professor de Introdução ao Cinema em comunidades carentes, Clementino Júnior relata como foi feita a produção sobre moradores de rua no Rio.

- Inicialmente eu tinha proposto que ia ser colaborador para o projeto de moradores de rua. Mas, ao longo do trabalho, fui me envolvendo e acabei dirigindo o filme. Fizemos uma pesquisa aprofundada de como lidar com esse público. Encontramos dois personagens moradores de rua e, com o depoimento deles, tivemos todo o documentário na mão.

Nesse semestre, o módulo do curso abordou sobre as linhas mais importantes da história do documentário. O coordenador da Comcom, professor Miguel Pereira, destacou o diferencial da criticidade dos documentários dos alunos sobre a realidade da cidade do Rio de Janeiro, que segundo ele é imprescindível no cinema.