Começou nesta quarta-feira, 25, a exposição Gávea: Território de diversidades, morada de contradições, que ocorre no Solar Grandjean de Montigny até o dia 26 de outubro, de segunda a sábado, das 10h às 17h. Com curadoria de Sergio Burgi, Margarida de Souza Neves e Ileana Pradilla, a mostra é uma parceria entre a PUC-Rio e o Instituto Moreira Salles (IMS) e conta a história do bairro por meio de fotografias antigas e atuais. A proposta é traçar um paralelo e mostrar a semelhança da Gávea com a cidade do Rio de Janeiro desde 1930 até os dias de hoje.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio e diretora do Solar, professora Margarida de Souza Neves, a ideia da exposição surgiu a partir do desejo de fazer algumas atividades em parceria com outros centros culturais da Gávea. Ela contatou o Instituto Moreira Salles, que topou a ideia.
- A ideia era pensar o bairro da Gávea como um pedacinho, um fragmento do Rio de Janeiro, mas que fosse possível encontrar nesse fragmento toda a riqueza. E também, toda a complexidade, todos os conflitos, todas as tensões que existem na cidade, quer dizer, é um fragmento que fala do todo. Olhando para ele eu posso ver o todo, essa era a ideia.
Margarida relembra que o diretor de iconografia do IMS, Sergio Burgi, visitou algumas vezes o Solar, e que os funcionários do IMS acamparam no museu, envolvimento que, segundo ela, foi importante para o projeto. A professora destaca ainda a riqueza do acervo do Instituto e a competência da equipe, que tinha duas ex-alunas da Universidade, para o sucesso do projeto.
- Eles são muito competentes e sérios. A equipe deu muito certo. A essa altura da exposição montada, a gente não sabe mais quem disse: ''vamos fazer isso aqui?'', e quem disse ''vamos fazer aquilo lá?''. A exposição é feita, é pensada, é concebida, realizada, de verdade, entre as duas instituições.
A mostra está dividida em quatro temas: Caminhos da Gávea, As casas, Expansão e Resistência e Memórias e Contrastes. A primeira sala conta um pouco da metamorfose do bairro, do local de granjas e fazendas, passa pelo período das fábricas e conjuntos habitacionais para operários, até a inauguração da estrada da Gávea.
O segundo espaço, As Casas, traz fotos antigas do Solar e da casa de Walther Moreira Salles, duas propriedades históricas do bairro. Expansão e Resistência é o nome da terceira sala, que mostra como operários acompanharam a expansão do bairro e resistiram às tentativas de expulsão.
Na última sala, Memórias e Contrastes apresenta fotos da Rocinha e depoimentos em vídeos dos moradores. Ela se distingue das outras salas pelo aparato tecnológico. O acervo apresenta fotografias de Marc Ferrez, Augusto Malta e de nomes internacionais, como o canadense Robert Polidori, que em 2010 fez um projeto fotográfico da comunidade.