Paranaense de 22 anos, Nilson Klava já é considerado um dos nomes mais relevantes do jornalismo político da atualidade. Ex-aluno da PUC-Rio, ex-estagiário do Comunicar e atual repórter da GloboNews, responsável pela cobertura política diretamente de Brasília, Klava retornou à Universidade na segunda-feira,12, para falar de sua trajetória e trocar experiência com os alunos.
O jornalista ressaltou a importância do estágio no Comunicar, no qual ficou um ano no núcleo de Rádio e um ano na TV PUC, e como o projeto independente Politique, um canal no YouTube feito por ele e outros colegas da PUC-Rio com o objetivo de tornar a política mais didática e aproximar as pessoas do tema, o ajudaram a trabalhar na área que gosta. Para ele, mesmo sem ter muito conhecimento de Política na época, a dedicação ao estudo do assunto e aprofundamento foi a chave para conseguir uma oportunidade na GloboNews.
- Quando eu entrei na faculdade, nem sabia direito se queria jornalismo. Tive essa certeza depois do Comunicar. Acho que foram duas coisas que mudaram minha vida aqui na PUC, a aula do professor César Romero e o Comunicar. Foi onde eu me encontrei e pude aprender bastante com todo mundo. O trabalho em equipe que aprendi lá na TV PUC eu preciso até hoje, porque é impossível fazer televisão sozinho. O Politique foi essencial para tudo, foi o primeiro passo para entrar no mercado. Mudou nossa vida para sempre. Não foi só para mim, mas para a Babi (Bárbara Baião) que hoje está na CBN também. Foi uma iniciativa nossa que fizemos porque amávamos política.
As formas e modelos de reportagem produzidos por ele também foram um dos assuntos que despertaram o interesse dos alunos. Com um olhar menos factual e mais humanizado, Klava busca aproximar as pessoas da política de uma forma didática. Segundo ele, o jornalismo de bastidores, mais documental, é importante para mostrar a realidade por trás das manchetes e dar voz aos personagens da história.
- A grande mudança na minha vida foi o Norton (repórter Rafael Norton, da Globo News). Foi ele que mudou minha cabeça completamente, que mudou tudo que eu pensava sobre jornalismo. Acho que a minha intenção, e muito do que eu aprendi com ele e com o Politique, é tornar a política interessante. No Brasil, falar de política é visto como algo ruim e fica complicado ter uma discussão, vimos muito isso no Rota Eleitoral. Eu aprendo muito com o Norton, uma coisa que ele sempre diz é olhar para onde ninguém está olhando, buscar uma nova perspectiva, um jornalismo mais documentário. Para mim o documentário é a forma mais linda de se contar uma história.
Ele também afirmou que a imparcialidade é a principal chave para a credibilidade e para manter a confiança das fontes, principalmente em tempos de polarização. Klava contou que as informações em “off” devem ser passadas para o público de forma geral, sem identificação, porque, segundo ele, quando se perde uma fonte, o acesso também fica mais restrito, e o jornalismo é danificado.
- O papel do jornalista é questionar. Mas a imparcialidade é fundamental. Eu acho que a polarização sempre teve, só que hoje as pessoas estão mais envolvidas, eu acho. A polarização é mais no campo eleitoral, no congresso o cenário é mais complexo, as discussões são mais ponderadas.