Reflexões de um fotojornalista
11/03/2024 16:11
Ana Tonelli

O professor Paulo Rubens expõe fotos artísticas no Departamento de Comunicação na PUC-Rio

Paulo Rubens contou sobre a experiência como fotojornalista na imprensa. Foto: Ana Tonelli

A exposição “Reflexos” de Paulo Rubens Fonseca foi inaugurada oficialmente no dia 8 de março, no 6° andar do Edifício Kennedy, na PUC-Rio. O professor de fotografia que ministrou aulas durante 22 anos no Departamento de Comunicação foi convidado para uma palestra com os alunos, onde afirmou que há na atualidade uma banalização da fotografia Revelou também os riscos que correu exercendo a profissão na grande imprensa. As fotos do ensaio representam a busca artística do fotojornalista em expressar outras facetas de seu trabalho como repórter fotográfico do jornal "O Globo”.

“Reflexões” é um compilado do trabalho de Paulo Rubens e faz parte da tentativa de fugir da objetividade jornalística e explorar os efeitos das luzes e das sombras. O professor afirma que o jornalismo abriu portas formidáveis para ele, mas que a atividade é extremamente prazerosa quando há liberdade na captura de momentos. 

— Existem limites sutis no fotojornalismo, toda imagem é o real misturado com recursos técnicos. O fotógrafo tem que enfeitar o que faz.

O fotógrafo analisou mudanças na forma de capturar momentos. Foto: Ana Tonelli

Para Paulo Rubens Fonseca, o uso massivo das câmeras, hoje presentes em todos os celulares, fez com que a técnica fosse substituída pelo imediatismo. No passado, as pessoas teriam que escolher uma câmera, comprar um filme e aprender a manuseá-la para então registrar momentos. O fotógrafo acredita que as milhares de fotos tiradas todos os dias fazem com que a sensibilidade e o efeito surpresa ao observar o cotidiano sejam perdidos. 

— Essa quantidade de registros fotográficos é como ir a um banquete e comer mais do que se pode suportar, o prazer vira castigo. Exibições como as do 6° andar vão além dessa trivialidade. 

Segundo Paulo Rubens, a importância das fotos na construção de memória é inquestionável e está presente em momentos históricos. O fotógrafo lembrou dos perigos  que correu em coberturas durante a Ditadura Militar. Paulo Rubens trabalhava no “Correio da Manhã” quando foi preso ao ser confundido com um dos participantes do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick. O fotojornalista contou também sobre a cobertura de uma manifestação de estudantes na qual a polícia atirou no veículo em que ele estava encostado. Por pouco, não foi alvejado. 

— Quando há um tiroteio, as pessoas saem correndo, mas para o fotógrafo quanto mais perto melhor. Aprendi muito no período ditatorial, sinto que me tornei mais íntegro e pude perceber melhor a realidade.

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