PUC-Rio se prepara para grandes travessias a partir de 2024
14/12/2023 20:58
Editor Chefe

Na Assembleia, professores, alunos e funcionários se unem em torno de novo futuro para a Universidade

A Orquestra Sinfônica Jovem Brasileira tocou um repertório que foi do clássico ao popular (Foto: Caio Matheus)

A Assembleia Universitária 2023 da PUC-Rio, realizada no dia 14 de dezembro, no Edifício da Amizade, foi organizada a partir da ideia dos pilares que sustentam a instituição. O pilar histórico se estrutura com a trajetória dos novos Professores Eméritos e dos funcionários mais antigos que dão vida ao dia a dia no campus há mais de 40 anos. E também dos egressos que atualmente brilham em suas atividades profissionais.

Os pilares da inovação foram representados pelos robôs da Equipe Riobotz e os sete pilares do planejamento estratégico trazem os ventos de grandes mudanças até 2030. Pela primeira vez, a Universidade faz avaliações profundas com a ajuda de uma empresa de compliance. A partir de diagnósticos, a PUC-Rio vai se conhecer melhor e se estruturar para o futuro. Um trabalho que se consolida com a criação de uma ouvidoria.

Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J., disse que "os alunos entram na PUC-Rio com muitos sonhos e saem daqui com asas”

(Foto: Caio Matheus)

O Reitor da PUC-Rio, Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J., estava entusiasmado com as novas perspectivas e comparou a Universidade a um transatlântico, à frente de seu tempo e pronto para fazer grandes travessias. Do metaprojeto Amazonizar, que ele mesmo inaugurou com três visitas à região, ouvindo e conversando com as populações locais, empresários e políticos, até a proposta do Vale da Gávea, que começa a nascer para unir as várias comunidades em torno da Universidade.

Um dos pontos altos da Assembleia foram os relatos das recentes viagens que o Padre Anderson fez à COP 28, em Dubai, onde participou de encontros para mostrar o potencial da PUC-Rio nos compromissos em prol das transformações ambientais. Ele também assinou convênios com uma universidade chinesa, trazendo recursos, perspectivas e cooperação na área do petróleo.
— Como ouvimos hoje, alunos entram na PUC-Rio com muitos sonhos e saem daqui com asas”, comemorou Padre Anderson, que lembrou de sua cidade natal em São Paulo ao ouvir “Trem das Onze”.

Uma das músicas interpretadas pela Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, residente na PUC-Rio, fez o público cantar espontaneamente o sucesso do compositor Adoniran Barbosa. Trechos de músicas natalinas e “O Messias”, de George F. Handel, fizeram parte do repertório. Os jovens músicos que vêm de comunidades sintetizam os novos tempos de diversidade e inclusão: são os novos pilares. Fiorella Solares, diretora-geral da Ação Social Pela Música (ASPM), discursou sobre o sonho de que a orquestra residisse em um ambiente acadêmico.

— Ser músico é uma vocação, não uma escolha. A orquestra oferece a oportunidade de praticar e conviver neste meio de aprendizado. Hoje somos residentes da PUC, vitrine da ASPM, e temos muito orgulho de ocupar esse local.

Homenagens e reconhecimento

A Assembleia Universitária foi apresentada pelos alunos de Comunicação Julio Castro e Carolina Santana e reuniu funcionários, professores e alunos. No primeiro momento, houve uma homenagem às professoras que nos deixaram este ano e que fizeram parte da trajetória da Universidade. Angela Paiva, do Departamento de Ciências Sociais e era Coordenadora Central de Cooperação Internacional, e Cleonice Berardinelli, do Departamento de Letras, momento em que o público aplaudiu de pé.

A Assembleia seguiu com as homenagens aos que tornam o meio acadêmico um lugar de encontro e que preenchem o campus com histórias. Dois dos membros mais antigos da Universidade representaram os funcionários. Vera Lucia Lima, do Departamento de Filosofia, e o fotógrafo Antônio Albuquerque, que está há 57 anos na instituição, deram depoimentos emocionados.

José Alberto Reis Parise, do Departamento de Engenharia Mecânica, agradeceu a esposa, os filhos e os alunos. (Foto: Caio Matheus)

Outro pilar celebrado foi o dos docentes, na outorga dos títulos de Professor Emérito concedidos a Sonia Kramer, do Departamento de Educação, José Alberto Reis Parise, do Departamento de Engenharia Mecânica, e Deborah Danowski, do Departamento de Filosofia. No discurso de agradecimento, Parise lembrou do período como aluno e das pessoas que o acompanharam.

— O título de emérito é dado quando a Universidade quer agradecer ao professor, e eu gostaria de devolver o agradecimento. Agradeço à PUC e aos meus pais que acreditaram em mim, às minhas irmãs que me alfabetizaram, à minha esposa Cristina, aos meus filhos e netos e aos alunos que ensinamos, mas com quem aprendemos muito mais.

O Reitor Pe. Anderson ressaltou que as portas da Universidade estarão sempre abertas aos professores eméritos. Além disso, ele enalteceu as conquistas dos professores e suas contribuições para a história da PUC-Rio.

Alunos que marcaram a Universidade

Pela primeira vez, a Assembleia Universitária homenageou antigos alunos,  dando início a uma nova tradição. Neste ano, a PUC-Rio criou o Prêmio Alis, voltado aos discentes que tiveram a Universidade como alicerce na formação profissional. O Reitor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Padre Arnaldo Rodrigues da Silva, ressaltou a importância dos egressos como embaixadores da instituição, que caracterizou como parte do DNA do Rio de Janeiro.

Entre os homenageados, estava o jornalista Nilson Klava, apresentador do Jornal das Dez, da Globonews. Formado em 2017, o repórter fez parte do Comunicar, em que estagiou na TV PUC e Rádio PUC. Ele subiu ao palco junto à professora e diretora do Departamento de Comunicação, Tatiana Siciliano. No discurso de agradecimento, Nilson lembrou como a Universidade foi palco das primeiras experiências profissionais como jornalista.

 — A PUC possibilitou que eu me descobrisse como repórter e encontrasse a minha vocação. Mais do que isso, a Universidade me deu instrumentos para que eu trabalhasse, evoluísse e estivesse preparado para o passo seguinte: o mercado de trabalho. Passei boa parte do meu tempo da graduação no 4º andar da Ala Kennedy, onde fica o Comunicar, em que gravei meu primeiro flash, meu primeiro off e meus primeiros “ao vivo”, na cobertura de eventos da PUC.

Em recado final, Nilson se dirigiu aos atuais estagiários do Laboratório e os motivou a continuar as trajetórias. Para ele, mesmo em tempos de incerteza, os estudantes devem aproveitar o Comunicar, um lugar ideal e fundamental para que se encontrem na profissão.

CEO do Rock in Rio desde 2012 e graduado em Engenharia de Produção, Luis Justo também recebeu o Prêmio Alis. Em 2022, ele figurou na lista de 500 pessoas mais influentes da América Latina, ao lado de nomes como o pensador e líder indígena Ailton Krenak e o técnico de futebol Tite. Na passagem pela PUC-Rio, o empreendedor foi um dos fundadores da Empresa Júnior e, aqui, organizou seu primeiro evento: a Mostra PUC, que conectava os alunos a profissionais de diferentes áreas. Luis Justo recebeu o prêmio do professor Fernando Cyrino, do Departamento de Engenharia Industrial.

— Nós, que estudamos aqui, sabemos o significado de “Alis Grave Nil”, ou seja, “nada é pesado para quem tem asas”. Eu entrei aqui como um número da minha matrícula e saí com asas. A PUC me deu a possibilidade de voar para que esse mundo seja muito menos pesado.

A última homenageada da edição foi a cientista da computação, hacker e antirracista Nina da Hora. A ex-aluna, formada em Ciência da Computação, faz parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável do Governo, o Conselhão, e do Conselho de Segurança do TikTok Brasil. Além disso, fundou o Instituto da Hora, em 2020, uma organização sem fins lucrativos que busca descentralizar o conhecimento científico, expandir narrativas antirracistas na tecnologia e libertar os direitos digitais no país.

Nina da Hora enalteceu o programa de bolsas estudantis da PUC-Rio que possibilitou que ela cursasse Ciência da Computação (Foto: Kathleen Chelles)


Nina recebeu o prêmio da coordenadora Setorial de Graduação do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, Ana Rosa Martins. A ex-aluna salientou a importância de trajetórias como a dela, que ingressou na Universidade com uma bolsa de 100%. Ela agradeceu o apoio que teve da equipe que cuida dos bolsistas e salientou a importância dos programas de apoio social. Além disso, também reconheceu o papel de acolhimento dos professores, especialmente Hugo Fuks, ex-diretor do Departamento de Informática, e Gustavo Robichez, coordenador Central de Parcerias e Inovação.

— O Fundo Emergencial de Solidariedade (FESP) foi o que me manteve aqui para me alimentar e me deslocar daqui para casa. Eu cheguei aqui sem nenhuma perspectiva de que a PUC me abraçaria, por todas as divergências estruturais. Mas aqui eu fiz uma família de amigos, bolsistas e não-bolsistas, e uma família de professores que até hoje me acompanham.

Os sete pilares do planejamento estratégico

No segundo momento da Assembleia, foi apresentado o planejamento estratégico para os próximos sete anos, divididos em sete grupos de trabalho, cada um baseado em um pilar: Comunicação Institucional, Pesquisa e Extensão, Governança Ética, Sustentabilidade Financeira, Campus: Espaço Educativo, Estímulo à Inovação e Ações Afirmativas e Inclusão. Diretor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, o professor Edgar Lyra justificou a criação dos pilares.

— Como o Padre Anderson tem pontuado, o mundo está mudando. São muitos desafios como os ambientais e sociais. A economia da produção do conhecimento está mudando velozmente e a formação superior também está em transformação. À luz de tudo isso, a PUC-Rio precisa se renovar. Isso motiva a construção de um planejamento estratégico para os próximos sete anos da universidade, ressaltou Lyra.

O professor Edgar Lyra apresentou os mediadores dos grupos de escuta dos sete pilares do planejamento estratégico (Foto: Kathleen Chelles)


Padre Anderson agradeceu ao professor Edgar Lyra e aos grupos de trabalho que, com empenho, colaboraram para o momento de amadurecimento da Universidade. O Planejamento Estratégico 2024-2030 será anunciado em março do ano que vem, de forma mais concreta para explicitar medidas e ações. O Reitor reforçou a ambição de que todos os membros da comunidade tenham a capacidade de apresentá-lo, como uma carta de visitas ou um mapa da PUC-Rio.

— Nós estamos em movimento, crescendo e em um momento de grande transformação. Eu gosto de dizer que o mundo mudou, por isso a Universidade tem que mudar também. Aqui é um lugar que tem que sempre estar um pouco à frente do seu tempo, é um lugar dos ensaios, da ousadia, no melhor sentido da palavra. É preciso espaço para acontecer, precisamos continuar esse movimento e isso vai nos transformar.

Com base no planejamento estratégico para os próximos sete anos, a Universidade apresentou sete grupos de trabalho, cada um baseado em um pilar: Comunicação Institucional, Pesquisa e Extensão, Governança Ética, Sustentabilidade Financeira, Campus: Espaço Educativo, Estímulo à Inovação e Ações Afirmativas e Inclusão. Diretor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, o professor Edgar Lyra justifica a criação dos pilares.

— Como o Padre Anderson tem pontuado, o mundo está mudando. São muitos desafios: ambientais, sociais. A economia da produção do conhecimento está mudando velozmente e a formação superior também está em transformação. À luz de tudo isso, a PUC-Rio precisa se renovar. Isso motiva a construção de um planejamento estratégico para os próximos sete anos da universidade, ressalta Lyra.
Padre Anderson destacou a criação de um compliance para a Universidade, processo essencial para que a PUC-Rio alcance os objetivos do plano estratégico. – afirmou Lyra.

O Reitor da Universidade, Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J., agradeceu ao Professor Edgar Lyra e aos grupos de trabalho que, com empenho, colaboram para o momento de amadurecimento da Universidade. O Reitor reforçou ainda a ambição de que todos os membros da comunidade tenham a capacidade de apresentá-lo, como se o mesmo servisse como uma carta de visitas ou um mapa da PUC-Rio.

— Nós estamos em movimento, crescendo e em um momento de grande transformação. Eu gosto de dizer que o mundo mudou, por isso a Universidade tem que mudar também. A Universidade é um lugar que tem que sempre estar um pouco à frente do seu tempo, é um lugar dos ensaios, da ousadia, no melhor sentido da palavra. Tem que ter espaço para acontecer, precisamos continuar esse movimento e isso é nos deixar transformar.

O Reitor destacou o compromisso socioambiental da PUC-Rio, mencionou suas viagens a Dubai e à China e a presença na COP 28 como ótimas oportunidades de representar a Universidade. Ele também ressaltou a parceria com o Instituto Confucius, que coopera ativamente com o intercâmbio entre alunos e professores e estreita laços com universidades chinesas.

Além disso, Padre Anderson lembrou o avanço do projeto Amazonizar, que contará com a professora Ana Cristina Malheiros, do Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente, para formular estratégias e centralizar discursos e propostas. A professora vai agir como uma espécie de gerente, tanto do Amazonizar, quanto do projeto Vale da Gávea.

— Avançamos bastante a questão da Amazônia, que é para todos, um lugar para todos. É um tema que nós não podemos estar à parte. Nós precisamos centralizar os nossos discursos, propostas e a comunidade também. É uma possibilidade de agirmos juntos, tanto no impacto local, através do Vale da Gávea, quanto do impacto global, com o Amazonizar.


Dentro desta perspectiva ética, a PUC-Rio deu mais um passo na implementação do compliance, que foi conduzido pela assessoria jurídica da Reitoria. O procedimento é essencial em uma instituição do porte da PUC-Rio. A criação de um compliance também implica a criação de uma ouvidoria. O assessor jurídico da Reitoria, professor Gustavo Sénéchal, entregou nas mãos de Padre Anderson o relatório que servirá como os primeiros passos para a implementação do processo de compliance, procedimentos internos que têm como objetivo a conformidade com as leis, normas e regulamentos vigentes.


Networking e destaques

No terceiro e último momento dos Pilares da História, foi apresentado o vídeo dos alunos Carolina Peixoto, do 2º período de Estudos de Mídia, e Mateus Monte, do 2º período de Artes e Design. Carolina ressaltou que a PUC é um espaço para ampliar horizontes, com as possibilidades de experimentar disciplinas de diversos departamentos, que complementam a formação acadêmica. Mateus vê a PUC como um ambiente agradável, acolhedor e propício para fazer networking com outros alunos, professores e funcionários. 

Professores, alunos e funcionários foram homenageados durante a Assembleia (Foto: Caio Matheus)

A Assembleia entregou diplomas às pessoas que se destacaram no ano de 2023. Os indicados do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) foram a professora Rosália Duarte, do Departamento de Educação, que não pôde estar presente, a aluna de graduação do Departamento de Letras, Julia Barandier, do 10° período, e a funcionária Marcelina Oliveira de Andrade, do Departamento de Psicologia. Do Centro Técnico Científico, foram homenageados a professora Paula Maçaira, do Departamento de Engenharia Industrial, Jonatas Grosman do Departamento de Informática, e o funcionário Euclides Domingues Moura Neto, do Departamento de Engenharia Civil. Receberam a indicação do Centro de Ciências Sociais (CCS), a professora Maria Sarah da Silva Telles, do Departamento de Ciências Sociais, a aluna Mariana Nascimento Martins e a funcionária Luciana Varanda. Do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), o professor Jorge Biolchini, diretor do Departamento de Medicina e Saúde, a discente Vitória Azulay e o funcionário Thalis Pereira Lima.

No encerramento, Padre Anderson Pedroso agradeceu a presença de todos e reforçou a necessidade de união dos departamentos.

— Não tenhamos medo de avançar mais longe. Com asas nada é pesado. O aluno entra com sonhos, dúvidas e sai com asas – finalizou o Reitor, com entusiasmo.

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