Lugar feito para voar
06/03/2024 15:05

Meu Primeiro Dia na PUC de 2024.1 trouxe esperança, gratidão e música nos pilotis

O Reitor da PUC-Rio, Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J, discursou na abertura do Meu Primeiro Dia na PUC e falou sobre a simbologia da chegada dos calouros. Foto: Kathleen Chelles

O Primeiro Dia na PUC-Rio é um momento de emoção, expectativa e curiosidade. Na recepção do dia 1º de março, não faltaram adjetivos para os calouros 2024.1 descrever o pontapé inicial na vida universitária. Mas é unânime entre eles a ansiedade para o que está por vir. Reunidos nos pilotis do Edifício Kennedy, os novos estudantes foram recebidos com música e palavras do Reitor da Universidade, Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J., e dos representantes dos decanatos.

Padre Anderson deu boas-vindas aos calouros e destacou que o primeiro dia na PUC significa esperança com a chegada de novas pessoas. Ele disse que a Universidade é uma experiência de reconhecimento como pessoa e cidadão e de construção própria em bases claras: verdade, justiça e integridade. O Reitor reforçou que a PUC-Rio é católica, mas pratica um catolicismo que abraça todas as religiões, idades, classes sociais e diversidades.

— Os nossos pilotis são abertos, transparentes e lugares de encontro. Aqui é uma experiência de alteridade, a gente conhece o outro e se reconhece no outro. A nossa expectativa é que eles se sintam acolhidos e que daqui a alguns anos eles estejam se formando e entrando no mercado de trabalho. Como diz o lema da PUC-Rio: “Com asas, nada é pesado” e esse lugar é feito para voar.

Ao falar da diversidade, o Padre Anderson citou a pluralidade que a Universidade busca acolher e pediu uma salva de palmas para Maria Bernadete Massa, a nova aluna de 72 anos do curso de Teologia. Funcionária da PUC-Rio por 43 anos, no Departamento de Física e na Divisão de Bibliotecas e Documentação, Maria Bernadete afirmou que “toda hora é hora”. Depois de anos trabalhando em um ambiente que descreveu como maravilhoso, ela decidiu cursar Teologia e realizar um sonho antigo.

Maria Bernadete Massa, funcionária da PUC-Rio, é caloura de Teologia aos 72 anos de idade. A nova estudante da Universidade comoveu e inspirou a plateia. Foto: Caio Matheus

O sentimento das mães presentes na abertura era de pura alegria. Maria Aparecida de Araújo lembrou, com olhos marejados, o dia em que ela e o filho Thiago Araujo descobriram a aprovação em Direito.

— Foi um orgulho enorme por ele, por mim e pela família toda. Ele passou pelo PROUNI, pela prova do ENEM e foi uma felicidade enorme. Ele nem acreditou que tinha conseguido. A nossa expectativa é a melhor do mundo. Sou empregada doméstica, meu marido é garçom e ver um filho passar para Direito na PUC-Rio,  é demais, não tenho nem palavras.

Entre os alunos, a euforia foi grande com o começo na vida universitária. Vanessa Cabral veio à PUC-Rio pela primeira vez como vendedora de salgados árabes. A jovem compartilhou ter pensado não ser um lugar para ela e sentido receio até mesmo de olhar para as pessoas. Hoje, a nova estudante de Serviço Social comemora a conquista do terceiro lugar no vestibular e a oportunidade de estudar, se formar e ajudar as populações de rua, carcerária e neurodivergente.

— É uma realização e uma felicidade indescritível estar pisando aqui de uma forma diferente. Eu percebo que a Universidade está mudando, ficando cada vez mais plural de faces, cores e idades, e é assim que tem que ser. Os processos de bolsa da PUC-Rio estão dando oportunidade para alunos negros, descendentes de povos originários, com comorbidade, espectro autista e outros.

A plateia foi recebida pela Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro e pelo Coral da PUC-Rio. Com a regência do maestro Gilberto Leão, a Orquestra tocou canções populares brasileiras como “Se todos fossem iguais a você”, de Tom Jobim. O Coral da PUC-Rio cantou músicas nacionais, como “Berimbau”, de Vinicius de Moraes, e internacionais, como “Somebody to Love” da banda britânica Queen. A parte musical foi apresentada pelo Padre Paulo Veríssimo, S.J., coordenador da Pastoral Universitária Anchieta, e por Bruna Matias, da Comunicação da Pastoral. 

Os decanos da Universidade se uniram e, mediados pelo Padre Paulo Veríssimo, S.J., falaram sobre o início na vida universitária. Foto: Caio Matheus

No palco do Edifício Kennedy, os decanos do Centro de Ciências Sociais (CCS), Francisco Guimarães, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Professor Hilton Koch, do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), Professor Júlio Diniz, e a vice-decana do Centro Técnico Científico (CTC), Ana Rosa de Aguiar Martins, responderam perguntas dos calouros e desejaram boas-vindas e boa sorte na nova fase. Ao fim, os alunos foram guiados para encontros com os professores e coordenadores dos respectivos departamentos.

CCS sem fronteiras

No Departamento de Direito, o entusiasmo marcou a recepção dos mais de 50 novos alunos que ocuparam o Auditório B6, no Edifício Cardeal Leme. A coordenadora de graduação do curso, Virgínia Totti Guimarães desejou boas-vindas acompanhada pelas coordenadoras-adjuntas Ana Luiza Saramago Stern e Fernanda Ferreira Pradal e pela coordenadora assistente, Bruna Portella de Novaes.

No mesmo edifício, o coordenador do curso de Relações Internacionais, Ricardo Oliveira, e a coordenadora adjunta, Vitória Santos, receberam os alunos do curso. O coordenador comentou que está muito contente em receber alunos engajados e com vontade de aprender. Para ele, é sempre bom ter novos estudantes interessados e empolgados com o curso.

Integrar o quadro de alunos de uma das maiores universidades do país é um desejo que supera barreiras territoriais. O calouro de R.I. Luiz Felipe Coutinho, 19 anos, veio de Três Rios, no interior do estado do Rio de Janeiro, para realizar o sonho de estudar na PUC-Rio.

— Escolhi a Universidade porque todos sabem que é uma referência em todas as áreas. Eu sempre ouvi muito sobre a PUC e não tive dúvidas na hora de escolher. O curso vai me permitir alçar voos cada vez mais altos. Estou muito grato por esta oportunidade.

Alunos de Direito são apresentados ao curso, na Ala Frings do Cardeal Leme. Foto: Caio Matheus

Entre os novos alunos de Comunicação Social, o maior interesse era estudar em uma instituição de excelência e a vontade de trabalhar em uma área interdisciplinar. Natural de Itaperuna, interior do Rio de Janeiro, o calouro de Jornalismo Jackson Rodrigues Lima, 19 anos, começou a produzir podcasts no segundo ano do ensino médio no Instituto Federal Fluminense (IFF). Ao conseguir a bolsa do tipo ProUni, Lima decidiu entrar na PUC-Rio.

— No IFF, fui bolsista do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) e no projeto de  podcast, onde aprendi a editar e produzir. Um dos principais motivos de ter optado pela Universidade foram as oportunidades de intercâmbio, um dos meus maiores sonhos.

A recepção dos calouros da Comunicação foi na sala 102-K, onde a diretora do Departamento de Comunicação, a professora Tatiana Siciliano, apresentou o Manual do Calouro aos novos estudantes e informou sobre as oportunidades do curso, como intercâmbios e domínio adicional. Ela explicou que o Departamento receberá 140 novos alunos e que, com a reforma dos estúdios de áudio e TV, a coordenação pretende oferecer novidades aos recém-chegados. A diretora também anunciou que, neste ano, o curso de Estudos de Mídia, lançado em 2021, passará pela fase de reconhecimento pelo Ministério da Educação.

As veteranas de Comunicação Social, Lorena Kutwak e Marina Mann, acompanharam os novos alunos pelo Edifício Kennedy, onde funciona o Departamento de Comunicação. Foto: Kathleen Chelles

Momento lúdico no CTC

Os coordenadores do CTC receberam os calouros de Engenharia, Física, Matemática, Química e Ciência da Computação na sala da Pastoral Universitária Anchieta de uma forma lúdica para facilitar a integração. O CTC organizou uma gincana, de sexta-feira ao final da primeira semana de aula, e dividiu os estudantes em 24 equipes.

A coordenadora da Recepção dos Calouros do CTC e professora do Departamento de Matemática da PUC-Rio, Tatiana Sodero, reforçou a importância das dinâmicas para a adaptação dos novos alunos.

— Os calouros que estão chegando na faculdade não conhecem ninguém. Trata-se de um ambiente novo com uma cobrança diferente. O lúdico faz com que eles se sintam mais acolhidos e já formam um grupo. Eu acho isso muito legal.

Com apenas 16 anos, Jean Michel de Oliveira passou no vestibular da PUC-Rio para cursar Engenharia da Computação. O calouro conseguiu uma bolsa de estudos de 100% devido à sua colocação no vestibular e participação da Fundação Behring.

Pastoral Universitária Anchieta abriu as portas para os calouros do Centro Técnico Científico realizarem dinâmica no Primeiro Dia na PUC. Foto: Caio Matheus

Descontração e novidades no CTCH

Na Sala Cleonice Berardinelli, a coordenadora da graduação de Artes Cênicas, Fernanda Bond, o diretor do Departamento de Letras, Alexandre Montaury, e veteranos voluntários apresentaram os cursos aos novos estudantes. A aluna Gabriela Gimenez, 18 anos, está ansiosa com o início do curso de Artes Cênicas.

— É um turbilhão de emoções. Foi muita coisa para a gente assimilar nesse primeiro dia, mas com essa semana de acolhimento, acho que vai ficar tudo mais fácil. Eu estou muito empolgada.

No Edifício de Artes e Design Engenheiro Paulo Cunha, os calouros de Design foram recebidos com um clima de diversão e descontração. Além de pipoca, mesa de brownies, refrigerantes e sucos, eles receberam uma ecobag feita pelos professores e alunos do curso. A coordenadora de Graduação de Design, Eliane Garcia, comemorou a recepção dos novos estudantes e disse entender a grandeza do momento, com as expectativas do início de uma nova caminhada.

—  Tivemos um trabalho não só acadêmico, mas de acessibilidade, por isso, fizemos uma nova rampa para facilitar a locomoção de quem precisa.

Novos estudantes reunidos na Vila dos Diretórios Marielle Franco em frente ao mural realizado pelos calouros de Design de 2023.2. Foto: Kathleen Chelles

No Departamento de Psicologia, a vontade de juntar estudos de Humanas na área da saúde e formar um currículo interdisciplinar foi um diferencial que atraiu os novos alunos. A caloura Ana Clara Cunha, 19 anos, estava confusa para decidir o curso de graduação quando ainda estudava ensino médio. O principal aspecto que a fez escolher Psicologia foi a identificação com as possibilidades de carreira, que vão além do atendimento em consultórios. 

O professor Jesus Landeira-Fernandez, coordenador do curso, destacou que as disciplinas de extensão são algumas das atualizações do curso, o primeiro a formar psicólogos no Brasil.

— As principais novidades que implementamos esse ano para o curso de Psicologia são disciplinas de extensão, que estão sendo implementadas gradualmente. Além disso, estamos aumentando as possibilidades dentro das disciplinas básicas de laboratório e das equipes de supervisão, que fazem parte da área profissional.

O professor Thomas Krahe, coordenador do curso de Neurociências, divulgou um ciclo de palestras ao vivo, via Youtube, no início de março. Com apresentações de neurocientistas formados, os encontros buscam esclarecer para os alunos as diferentes possibilidades profissionais.

— Temos o projeto Neurotrends, em que neurocientistas falam sobre o início no mercado de trabalho. Entre os convidados, estão pessoas do mercado financeiro, outras da Microsoft e até mesmo uma que desenvolveu um aplicativo de música para auxiliar no tratamento de demências como Alzheimer.

Professores e veteranos do Departamento de Psicologia conversaram com os calouros e explicaram as principais informações dos cursos. Foto: Caio Matheus

Sonhos do CCBS

Os cursos Ciências Biológicas e Nutrição tiveram uma palestra conjunta com o Decano do CCBS, Prof. Hilton Augusto Koch, no Edifício Luiz Cyrillo Fernandes. No discurso, além de apresentar o departamento e dar as boas vindas aos novos alunos, ele destacou a importância de aproveitar as oportunidades oferecidas pela  Universidade.

A caloura de Nutrição Veronica de Souza de Oliveira, 47 anos, veio para a recepção com os dois filhos e a melhor amiga para comemorar a conquista. Formada em Gastronomia, Veronica busca na PUC-Rio a segunda graduação e a realização de um sonho. Para ela, a instituição é o marco de um ensino de qualidade e quando soube que a Universidade iria inaugurar o curso de Nutrição, em 2023, prontamente saiu de onde estudava para se dedicar ao vestibular da PUC.

— Eu como mãe quero o melhor para os meus filhos e, por isso, o melhor para mim. Na PUC-Rio sei que vou ter educação de maestria e informações necessárias para oferecer mais em um projeto social que tenho interesse. Quero ajudar mães de comunidades a cozinhar comidas nutritivas e baratas para que possam oferecer um quadro nutritivo e completo para seus filhos.

A emoção, entretanto, não se restringe a ela. A caloura de Ciências Biológicas Maria Fernanda Almeida da Rosa, 18 anos, relatou estar ao mesmo tempo assustada, perdida e emocionada nesse novo ambiente. A jovem é apaixonada por biologia marinha desde cedo. Segundo Maria Fernando, por seu pai ser bombeiro, ela sempre teve contato com o mar e a paixão cresceu ao longo da vida.

— Quando cheguei no ensino médio, os professores me incentivaram muito a tentar fazer a prova da PUC-Rio. Honestamente não era o meu foco, mas resolvi dar uma chance. Quando cheguei aqui para fazer a prova eu me apaixonei pelo campus. O lugar é lindo. A partir dali eu sabia que tinha que ser a PUC e que eu tinha que conseguir uma bolsa. Nem acreditei quando eu consegui. Espero fazer muitas amizades e realmente me encontrar no curso.

Hilton Augusto Koch, decano do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, conversou com os novos alunos de Biologia e Nutrição. Foto: Kathleen Chelles

Participaram desta cobertura: Augusto Werneck, Carolina Bottino, Eduarda Farias, Geovanna Veiga, Pedro Coutinho e Valentina Rocha

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