Calouros ganham uma Semana inteira de Acolhimento
08/03/2024 17:21

Atividades integram diferentes cursos e criam dinâmicas reflexivas e culturais

A Semana de Acolhimento proporcionou atividades de integração entre os calouros. Foto: Kathleen Chelles

Para celebrar o novo semestre letivo da PUC-Rio, o Núcleo de Acolhimento Institucional (NAI) organizou, de 1º a 8 de março, uma Semana de atividades integradoras para que os calouros de diferentes cursos pudessem se conhecer e interagir. Além disso, os alunos participaram de atividades culturais e ações promovidas pela Rede de Apoio ao Estudante (RAE). 

Os departamentos de Direito, Relações Internacionais e Engenharia reuniram os estudantes do 1º período para uma atividade conjunta. Todos debateram o papel das inteligências artificiais (IAs), seus desafios e oportunidades no cotidiano das profissões. Os professores Marcello Congro, de Engenharia, Marcello Ciotola, de Direito, e Sérgio Veloso, de Relações Internacionais, foram os organizadores do encontro plural e diverso que teve como objetivo atravessar todas as áreas de interesse. 

— A Inteligência Artificial é um tema muito recorrente hoje em dia, em todas as áreas. O engenheiro está usando e precisa dessas ferramentas o tempo todo. No Direito, a propriedade intelectual, a filosofia e a ética envolvem este assunto. Os alunos já convivem diariamente com isso, pois faz parte do cotidiano. É importante trazer essa ideia para eles discutirem e também para levantarmos assuntos que podem integrar diferentes cursos — disse.

Marcello Ciotola e Marcello Congro instigaram o debate entre os calouros. Foto: Kathleen Chelles

Em um primeiro momento, os realizadores fizeram rápidos comentários sobre como as IAs influenciam em cada emprego. Embora haja muitos benefícios como a diminuição do tempo em trabalhos e pesquisas de dados e informações, é necessário ter cautela ao utilizá-las. O professor Marcelo Ciotola chamou atenção para o lado ético da tecnologia e como as decisões humanas devem permanecer como as mais importantes.

— Com a IA é possível fazer pesquisas que vão fornecer dados aos membros do Direito, como Jurisprudência, Legislativa e Doutrinária. É necessário ter uma ética racionalmente construída e universal para enfrentar os problemas tecnológicos, pois ela não decide por equidade. Mas, sem dúvida, é uma ajuda instrumental, útil e aplicada, para algumas funcionalidades do Direito — explicou.

Após as exposições, os calouros foram divididos em três grupos para discutir sobre o tema e produzir um texto com a opinião do grupo. A caloura de Direito Maria Eduarda Ottoni ressaltou a importância da dinâmica, que trouxe um debate abrangente e diversificado.

— Como o tema foi introduzido em um debate interdisciplinar entre pessoas diferentes, isso promoveu uma discussão mais ampla sobre  o assunto, que já vem sendo discutido em alguns ambientes. Nós falamos sobre emprego, desemprego, capitalismo, socialismo e também tecnologia — completou.

O estudante de Engenharia da Computação Pedro Vendette também reforçou como a integração entre os cursos promoveu argumentações e maior interesse no assunto.

 — Achei a dinâmica muito produtiva, principalmente para podermos desenvolver um argumento mais conciso e sólido. Conseguimos chegar num ótimo consenso, abordando muitos dos problemas e benefícios da Inteligência Artificial. Todos saímos com maior capacidade de entender essa tecnologia — afirmou.

Diversidade em questão

Durante a Semana, o Auditório Padre Anchieta recebeu as turmas de Administração, Neurociências e do Ciclo Básico que concentram os cursos de Ciência da Computação, Engenharias, Física, Matemática e Química, para uma tarefa de interdisciplinaridade. A dinâmica “Soluções inovadoras, a partir da diversidade” teve um viés de brainstorming, ferramenta utilizada para resolver problemas específicos e desenvolver ideias. O tema foi organizado especialmente para este momento de integração na Universidade, em que os novos alunos terão que lidar com comportamentos e opiniões diferentes, para além da inter-relação entre os cursos. 

O professor de Administração do IAG Rafael Cuba orientou a atividade e compartilhou a criação estratégica dessa prática integradora. Os calouros, segundo ele, experimentaram os desafios de trabalhar com grupos diversos, além de enxergar o potencial de construção de soluções inovadoras a partir de diferentes olhares e perspectivas.

A ideia é que eles pensem sobre temas sensíveis e específicos da Universidade. O principal ponto deste exercício é sobre como podemos explorar com diferentes cursos o processo do trabalho colaborativo, diversidade de pensamento e a tomada de decisão. A intenção do encontro é para que os alunos entendam que a Universidade é um espaço de diversidade de pensamento.

Os alunos foram convidados a formar grupos para discutir os temas propostos. Em cada um deles, havia um líder que apresentava um tema  e recepcionava os novos integrantes nos círculos. Ao todo, oito temas foram escolhidos: Sustentabilidade Ambiental, Diversidade de Gênero, Celular em Sala de Aula, Diversidade Racial, Diversidade de Idade, Saúde Mental, Diversidade Religiosa, Colaboração entre Calouros e Veteranos.

Os calouros interagiram com os colegas de classe e anotaram as soluções oriundas das conversas. Para o tema de Diversidade Religiosa, um grupo sugeriu que a PUC-Rio organize Feira de Religião e implemente no quadro de disciplina, aula de religiões diversas. O outro solucionou a temática de Sustentabilidade Ambiental com aulas ao ar livre, para os alunos estarem em contato com a natureza. As sugestões foram coletadas pela organização que espera aplicar essas ideias de comportamentos conforme forem surgindo novos desafios na Universidade.

Acolhimento na RAE

A atividade ‘’Tecendo expectativas, construindo redes’’ foi mediada por Renata Mattos Eyer de Araújo, professora do Departamento de Artes e Design, e coordenadora do NAIPD. O encontro reuniu 150 calouros e, no primeiro momento, os alunos foram divididos em três grupos e depois em subgrupos. A proposta era que eles interagissem entre si e identificassem gostos em comum. Além disso, fitas foram distribuídas para que os alunos escrevessem uma palavra ou frase que representasse a expectativa deles em relação ao primeiro período na Universidade.

Renata Mattos destacou a importância do atendimento multidisciplinar disponibilizado pela RAE.

— Temos o intuito de ser uma rede para que os alunos que estão chegando se sintam acolhidos. É importante que eles saibam que não estão sozinhos, embora se sintam, às vezes. A partir do momento que eles precisarem, podem procurar a RAE.

Os alunos fizeram parte de dinâmicas de acolhimento. Foto: Carolina Bottino

A caloura de administração, Mel Mangolim, expressou o que estava sentindo depois de ter feito parte da dinâmica e o motivo de ter escolhido a PUC para o seu curso de graduação.

— Eu sou de Niterói, e não conheço a maior parte dos alunos. A atividade foi muito boa para interagirmos, perder a timidez e compartilharmos as nossas intenções. Eu tinha a opção de me graduar em outra instituição do meu município, mas escolhi a PUC-Rio pelas oportunidades que a Universidade apresenta. 

Ao final da atividade, um porta-voz de cada grupo expôs a palavra e frase escolhida no coletivo. A representação do sentimento deles nas faixas formaram uma rede, de forma que simboliza o serviço desenvolvido pela RAE em diversos aspectos. Os representantes da Rede de Apoio destacaram que estão à disposição dos alunos para qualquer eventualidade.

Atividades culturais 

A Semana de Acolhimento também teve música e cinema. O filme “Trocando de Pele” foi exibido na sala 102K. O curta foi roteirizado e dirigido durante duas disciplinas de Cinema, pelo ex-aluno Willy Johny. O diretor e os alunos conversaram sobre o filme e a experiência da produção audiovisual na Universidade. “Trocando de Pele” ganhou o prêmio de Melhor Curta Metragem Nacional pelo Júri Popular e Melhor Desenho de Som pelo Júri Técnico no Festival Guarnicê de Cinema. 

–  Fiz o filme em uma época que eu acho que deveria ter feito, no fim da faculdade, quando estava mais maduro.

Jhonny também contou sobre as dificuldades de produzir um filme universitário e o tempo e energia gastos. A caloura de Estudos de Mídia Maria Eduarda Mangi ficou impressionada com a equipe que conseguiu superar os obstáculos e finalizar o curta.

– Ver todo o processo e tudo que o Jhonny passou foi muito interessante. As pessoas botaram a mão na massa, filmaram e produzindo tudo.

Willy Jhony dividiu sua experiência pessoal e profissional com os alunos. Foto: Caio Matheus

O Anfiteatro Junito Brandão recebeu a banda Silver Gang, que tocou sucessos do rock e blues. Os integrantes Nanando Tiger, Nelson Pagani e o professor Alvaro Veiga, do Departamento de Engenharia Elétrica, batizaram o conjunto para homenagear a cor dos cabelos “prateados” do grupo.

Uma outra atração fez parte da Semana no Junito Brandão. O show do grupo Samba com Dando, organizado pela Coordenação de Atividades Comunitárias e Culturais (CACC) e Pastoral Universitária, animou o público com um repertório que  foi do pagode ao rock com batida de samba.

– Saí da aula mais cedo e vim descansar no anfiteatro. Fui surpreendido pela roda de samba, aproveitei o embalo e curti bastante o show - disse o estudante de Arquitetura e Urbanismo Jailson Lima.

Samba com Dando animou o anfiteatro. Foto: Caio Matheus

Cobertura realizada pela Equipe LabCom COMUNICAR

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