Tecnologia aliada à inovação
13/12/2023 14:05
Carolina Bottino

O Departamento de Administração discutiu medidas para tornar o Rio de Janeiro uma cidade mais inteligente

Estudantes do curso de Administração e convidados avaliam maneiras de tornar o Rio de Janeiro uma cidade mais sustentável. Foto: Mateus Monte

Para desenvolver medidas eficientes e que contribuam para o desenvolvimento das cidades, os alunos da disciplina Integradora Práticas em Empreendedorismo I, voltada para graduandos do curso de Administração, elaboraram projetos relacionados à sustentabilidade, acessibilidade e segurança para a cidade do Rio de Janeiro. No dia 5 de dezembro, os estudantes idealizadores das propostas se reuniram no auditório do IAG para conversar sobre o processo de desenvolvimento de seus trabalhos. 

O professor Francis Berenger, do Departamento de Administração e um dos docentes da disciplina, afirmou que a iniciativa faz parte do projeto Think Tank Caminhos para o Rio, que tem como objetivo a criação de soluções para um cotidiano mais prático e acessível a partir de ferramentas tecnológicas.

Soluções e desafios

As cidades inteligentes são áreas urbanas que utilizam tecnologia e inovação para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes, otimizar a eficiência do serviço urbano e promover o desenvolvimento sustentável. Soluções são elaboradas para enfrentar os desafios complexos que esses locais enfrentam, principalmente as metrópoles, como é o caso do Rio de Janeiro. Assim como explica professor Francis Berenger:

– O objetivo do painel é discutir, a partir dos projetos desenvolvidos e do que foi apresentado em aula, maneiras viáveis de melhorar as cidades por meio da tecnologia. Todo semestre temos um painel para debater questões sobre o Rio de Janeiro, e agora tivemos 15 grupos de alunos pensando em melhorias para a cidade. A partir da análise feita por professores, o melhor grupo é premiado.

O professor Francis Berenger, do Departamento de Administração, explicou o uso da tecnologia aliada à sustentabilidade. Foto: Mateus Monte

A relação entre cidade inteligente e acessibilidade está diretamente relacionada à capacidade de todos os cidadãos participarem plenamente da vida urbana. Para Carlos Leitão, que é arquiteto especializado em acessibilidade e possui deficiência auditiva, a preocupação em tornar os espaços mais acessíveis é maior atualmente, e o planejamento urbano possui papel essencial para que essas medidas sejam bem sucedidas. “Pensar em acessibilidade é pensar em pessoas”, afirmou ele.

Do mau planejamento de ruas e calçadas ao não funcionamento de elevadores dentro dos ônibus, a população com mobilidade reduzida enfrenta dificuldades para se deslocar pelas cidades, apesar de haver leis que exigem acessibilidade em espaços públicos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 8,9% da população brasileira possuem algum tipo de deficiência, representando 18,6 milhões de pessoas.

A aluna Ana Beatriz Conti, que realizou uma pesquisa voltada para o eixo da segurança, analisou o cenário no contexto dos grandes eventos que ocorrem no Rio de Janeiro, como Rock in Rio e o Ano Novo. De acordo com ela, a desigualdade social somada a problemas no financiamento da segurança potencializa os casos de roubos e furtos.

A estudante Ana Beatriz Conti analisou a organização da segurança de grandes eventos no Rio de Janeiro. Foto: Mateus Monte

– O Rio é uma fábrica de grandes eventos, e a limitação dos recursos financeiros está diretamente ligada à capacidade de treinamento e especialização das equipes por trás da realização. No ano passado, o Rock in Rio colocou robôs amarelos para fazer rondas pelo local a fim de coletar dados, enviá-los para uma central e monitorar se havia alguma irregularidade. Além disso, na maioria desses espaços a fiscalização é feita apenas antes da entrada, e talvez, se o mesmo protocolo fosse feito também na saída, os roubos seriam prevenidos – destacou a aluna do 4º período de Administração.

Soluções sustentáveis

As cidades inteligentes também são sustentáveis. Medidas tomadas tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada devem fazer a gestão correta de seus resíduos e no consumo de recursos naturais.

Andréa Mota, diretora de sustentabilidade da Coca-Cola, ressaltou as políticas das indústrias para a realização do descarte e a reciclagem correta das garrafas. De acordo com ela, as empresas têm pensado cada vez mais sobre o destino das embalagens após o consumo e como podem ser reutilizadas. A utilização de garrafas retornáveis, como as de vidro e as do tipo PET, são soluções mais sustentáveis. Ela destaca que é um dever da indústria, do poder público e também da população em buscar medidas mais agradáveis ao meio ambiente.

Com o avanço da tecnologia e a escassez dos recursos naturais, os países precisaram encontrar soluções inovadoras para manter o funcionamento dos espaços de maneira que aproveitassem ao máximo os recursos que tinham e pudessem utilizar inovações tecnológicas a seu favor. Unindo planejamento urbano e a tecnologia, as cidades iniciaram um processo de desenvolvimento em sua infraestrutura. Ao fim do painel, os estudantes Guilherme Estrada, Sofia Vale, Rafael Todaro, Iara Alice Oliveira e João Guilherme Lobo, responsáveis pelo projeto sobre cybertopia, foram premiados como os melhores da disciplina. Cybertopia é a transformação do mundo real para se tornar cada vez mais conectado ao digital.

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