Conferência vai discutir estratégias de inovação
26/04/2024 17:53
Eduarda Farias

Encontro nacional vai reunir mais de 4 mil pessoas em Brasília, em junho

Fernando Rizzo, Professor Emérito do CTC, integra equipe organizadora do CNCTI. Foto: Matheus Santos

Após um hiato de 14 anos, a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) terá sua 5a edição, nos dias 4, 5 e 6 de junho. O encontro, realizado em Brasília, vai discutir a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação dos próximos dez anos, que consolida pilares e políticas de inovação e desenvolvimento do país nessas áreas. Desde dezembro de 2023, já ocorreram, em diferentes regiões do Brasil,  mais de 180 eventos preparatórios e mais de 130 conferências livres, articuladas por movimentos sociais e instituições com contribuições que serão incorporadas ao documento no final do encontro nacional. Uma dessas conferências foi realizada na PUC-Rio, no último dia 19 de abril.

O presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e membro do grupo executivo da CNCTI, Fernando Rizzo, detalhou os quatro eixos principais das discussões definidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O primeiro é a recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O segundo é a reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas. O terceiro eixo é CT&I para programas e projetos estratégicos nacionais; e o quarto a CT&I para o desenvolvimento social. De acordo com o professor Emérito da PUC-Rio, essa edição tem eixos similares à última conferência de 2010, o que indica que não houve avanço em algumas áreas do Brasil. Os encontros anteriores foram realizados em 1985 - ano de criação do Ministério de Ciência e Tecnologia -, 2001 e 2005.

Fernando Rizzo descreveu a CNCTI como um momento singular para o país se repensar. O tema da 5ª edição é "Para um Brasil justo, sustentável e desenvolvido” e, nessa perspectiva, o engenheiro comentou um dos assuntos de maior relevância dos últimos anos: a transição energética. Para o professor, o tema desperta preocupação geral do ponto de vista ambiental, desde a mudança climática à redução das emissões de carbono.

— O Brasil tem discutido muito a transição energética, mesmo tendo uma posição absolutamente privilegiada. Quando comparado com os demais, aqui já foi feita a transição. Na busca por fontes renováveis, temos vantagem com a solar, a eólica e os biocombustíveis e, também, setores dependentes de energia imbuídos na transição por conta da descarbonização. O que é triste é o fato de que não adianta nada um país fazer esforço se o vizinho não faz. A atmosfera é a mesma.

A 5a Conferência Nacional terá a participação de órgãos governamentais e não governamentais, instituições acadêmicas, sociais, públicas, privadas e empresariais. Uma subcomissão vai sistematizar, com ajuda de inteligência artificial, os documentos preparatórios e os produzidos pelas conferências livres.  Fernando Rizzo contou, com empolgação, como as reuniões livres desse ano debateram temas sociais como economia solidária, sustentabilidade, desenvolvimento social, entre outros.

— A origem das conferências livres foi justamente para não criar uma limitação de que apenas um pequeno grupo de pessoas conheça os grandes problemas do país. Acreditamos que várias dessas reuniões vão trazer contribuições significativas em áreas que talvez não estivessem sendo contempladas. Estamos observando com bons olhos principalmente por estarem explorando aspectos sociais e por complementarem muito bem os temas pré-definidos, que se baseiam fortemente em questões econômicas e políticas.

Ex-decano do Centro Técnico Científico, Fernando Rizzo  destacou ainda  o papel de instituições de ensino superior nos debates que têm impacto no futuro das políticas públicas do país:

— A universidade é uma parte fundamental do sistema que é composto pelo governo, pela iniciativa privada e pelo setor acadêmico. É um centro de ensino e de extensão e um gerador de conhecimento que, junto com os institutos de pesquisa, se apresenta como um ator muito relevante em todo o processo de repensar o país.

A Conferência Livre organizada na PUC-Rio teve como temas centrais “Transição energética, saúde e meio ambiente” e “Empreendedorismo e extensão”. O professor Fernando Rizzo abriu a sequência de debates dos quais participaram os professores da Universidade Marco Cremona, docente do Departamento de Física e organizador do encontro no campus, Edgar Lyra, do Departamento de Filosofia, e Luiz Alencar da Silva Mello, do Centro de Estudos em Telecomunicações. Além deles, professores de outras instituições fizeram parte de mesas na programação.

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