Na manhã do penúltimo dia da X Semana da Cultura Religiosa, o Laudato Si’ e as implicações ecológicas e humanas foram retratadas no primeiro encontro.  

Na quinta-feira, 20, da X Semana da Cultura Religiosa na PUC, a professora do Departamento de Teologia Eva Aparecida de Morais, às 9h, apresentou o Laudato Si’, carta encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado com o meio ambiente.

Ela iniciou o encontro com três vídeos, que salientaram os pontos principais do Laudato Si’. O Papa foi chamado pela ONU para falar sobre o documento e, no encontro, afirmou que, no planeta Terra, tudo e todos estão conectados, então qualquer atitude nociva ao meio ambiente, afeta diretamente a raça humana.

A professora falou sobre como a poluição resulta em mudanças climáticas prejudiciais ao homem. O Papa alega que o consumo inconsequente, gera um descarte excessivo, o que impede a ciclicidade da natureza, principalmente da água. Eva retratou da desigualdade planetária, países ricos são os principais poluidores, mas os países pobres são os que mais sofrem com as consequências das alternâncias do clima, apresentadas no documento.

- A encíclica tece críticas sobre o sistema econômico que nós temos. O papa não é um eco chato, ele não fala contra o consumo. Ele fala de um mercado consumidor e um consumo consciente.

Segundo Eva Aparecida, o Laudato Si’ relaciona a fé cristã com a questão ambiental. O Papa traz, na encíclica, questões filosóficas como o mistério do universo e a missão do homem na Terra. A professora afirma que Francisco não se preocupa com o real culpado do aquecimento global, mas reitera as ações humanas como umas das causas. O pontífice se preocupa bastante com a herança ambiental que os humanos vão deixar para as próximas gerações.

Eva acha inovador e impressionante o conceito de ecologia cultural. Nele, a sociedade deve aprender com os nativos o cuidado do corpo e do ambiente. O Papa também propõe o diálogo sobre o meio ambiente na política nacional e local e entre a religião e as ciências contemporâneas, conforme mostra a professora. O documento, como mostra Eva Aparecida, pede uma “conversão ecológica” e que todos cuidam da “casa comum”, o planeta Terra. A professora falou sobre a relação que Francisco estabeleceu entre a Trindade e a conexão entre os seres. O pontífice ainda ensina a oração cristã pela Criação.

- Toda questão ambiental, também é uma questão do ser humano. Não só da preservação física da espécie, mas de todo o planeta. O documento pede, então, uma “conversão ecológica”. Uma conversão não só teológica, mas nas atitudes, por menores que sejam.