O espírito extensionista
06/12/2023 18:06
Letícia Guimarães

Projetos produzem conhecimento que reverbera nos extramuros da PUC-Rio

O Seminário de Extensão Universitária da PUC-Rio buscou fortalecer a importância das inciativas extensionistas. Foto: Caio Matheus

O “3º Seminário de Extensão Universitária da PUC-Rio: compartilhando saberes e experiências” discutiu ideias para desenvolver os projetos de extensão da Universidade. No dia 30 de novembro, no Auditório Padre Anchieta, extensionistas, orientadores e professores se reuniram para trocar relatos sobre suas vivências pessoais e capacidades em que atuam em seus respectivos projetos. 

A extensão universitária vai além da pesquisa, mas reverbera e constrói conhecimento de forma diferenciada, com repercussões práticas que visam o bem social. Com coordenação da professora Maíra Machado, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, e da professora Nilza Rogéria Nunes, do Departamento de Serviço Social, o seminário lembrou a importância dessas iniciativas no ambiente universitário.

— É importante a divulgação dos trabalhos que são realizados fora dos muros da Universidade e que sempre engajam professores, alunos e funcionários. São projetos realizados em comunidades, favelas, áreas periféricas com grupos vulneráveis. Eventos como o Seminário são necessários para divulgar os projetos na universidade e também para fortalecer a sua continuidade – explica Maíra.

Os participantes compartilharam suas experiências pessoais com os projetos. Foto: Caio Matheus

Um dos projetos em destaque foi o Mapa Funk da Rocinha, organizado pela professora Mylenne Mizhari, do Departamento de Educação da PUC-Rio e coordenadora do Estetipop, laboratório de pesquisa antropológica em estéticas, aprendizagens e cultura pop. O objetivo da iniciativa é potencializar a criatividade e buscar compreender o cenário de artistas nas comunidades do Rio. Isso foi feito por meio do mapeamento do estado atual do funk da Rocinha e pela oferta de aulas de Funk com valor simbólico de cinco reais.

O que chamou atenção nesse projeto foi a conexão e o diálogo com as histórias dos moradores da comunidade. Afinal, um povo sem história é um povo vulnerável ao desrespeito. Para Anna Laura de Oliveira, aluna de Ciências Sociais e uma das extensionistas do projeto, a prática é transformadora. Anna conta como o trabalho de campo parecia ultrapassar as barreiras da pesquisa. A própria aluna se integrou nas aulas de funk oferecidas, o que trouxe novas descobertas sobre si mesma. O olhar dela não era voltado para uma relação entre estudo e objeto, mas sim com a intenção de se integrar ao ambiente. O trabalho virou, na verdade, uma extensão dela mesma.

— Eu tenho que sair de mim para enxergar o outro, enxergar outras experiências. Assim, eu me enxergo também. A partir do momento em que eu volto o meu olhar para o outro, eu também me conheço. Acredito que ser extensionista é isso; fazer uma extensão do meu próprio corpo, do meu próprio olhar, tirar um pouco o olhar das minhas perspectivas e olhar por outras perspectivas. Essas respostas podem ser muito ricas.

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