Tecnologia, Inovação e Negócios no Instituto ECOA
19/04/2024 17:15
Larissa Nascimento

Encontro reúne alunos e convidados para discutir o fornecimento de água e saneamento no Rio de Janeiro

Diretor de Assuntos Corporativos da Iguá Saneamento, Leonardo Soares implantou mudanças fundamentais para melhorare a qualidade da água (foto: Matheus Santos)

O Diretor de Assuntos Corporativos da Iguá Saneamento e  ex-presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (CEDAE) até 2023, Leonardo Soares, esteve presente na Casa de Inovação para participar do evento ECOA na Casa, promovido pelo Instituto ECOA junto a Central de Parcerias e Inovação, que tem o objetivo de promover conversas sobre tecnologia, inovação e negócios, com  convidados especialistas nos assuntos propostos. No dia 9 de abril a conversa teve início com o coordenador Central de Parcerias e Inovações, Gustavo Robichez, apresentando a  Casa de Inovação, e tendo ao seu lado o professor da PUC-Rio e diretor do Instituto ECOA, Rafael Nasser,  que mediou o encontro.

— A ideia do Ecoa na Casa é trazer assuntos multidisciplinares da Universidade. A nossa missão é ampliar, ecoar e conectar as discussões entre os nossos convidados e os alunos de pesquisa e graduação, assim como os trabalhadores do instituto. O ambiente foi criado para ser intimista, o que torna as conversas mais profundas - destacou Rafael Nasser.

Diretor do Instituto ECOA, Rafael Nasser mediou o encontro entre estudantes e Leonardo Soares (foto: Matheus Santos)

O diretor da Iguá, Leonardo Soares, assumiu a presidência da companhia no momento de transição da empresa pública para as novas concessionárias do setor privado, em 2021. Naquele momento, a companhia enfrentava prejuízos de faturamento na gestão. 

 — Era uma empresa com R$ 6 bilhões de faturamento, de muito talento profissional mas de processos muitos arcaicos e com muitas influências externas, especialmente políticas. Isso tudo influencia negativamente em uma governança desejável –  afirmou Leonardo. 

Uma das tomadas de decisão do presidente, na época, foi Instaurar o Projeto Manancial, um espaço criado na estrutura da CEDAE para debates de negócios e soluções da empresa hídrica.  

No começo da pandemia do coronavírus, em 2020, a população do Rio de Janeiro foi acometida pela má qualidade da água fornecida pela CEDAE, a geosmina, substância com odor e gosto forte, provocava dor de cabeça, vômito e enjoo nos consumidores. A proliferação dessa bactéria acontecia pela reprodução de algas, devido ao calor e água parada. Naquele momento, a água era um elemento de prevenção ao vírus e uma forma de manter os indivíduos higienizados. 

— Para melhorar a qualidade da água e conter a geosmina, foi realizado um estudo de batimetria, ação que mede a profundidade dos oceanos e que contou com a ajuda da inteligência artificial. A CEDAE adquiriu oito boias  com sensores de compressão de 200 kg, com aproximadamente 1,60 metros de diâmetro, para controlar a proliferação de algas. As boias reprimiram a clorofila, além de controlar a temperatura e a velocidade da água - explicou o ex-diretor da Companhia. 

Em 2021, a CEDAE passou por um processo de privatização, após a companhia enfrentar dificuldades financeiras, o que consistiu em um leilão para subdividir as áreas da companhia em 4 blocos: os blocos 1 e 4 foram assumidos pelo Consórcio Aegea. A Iguá Saneamento ficou responsável pelo bloco 2 e as Águas do Brasil pelo bloco 3. A Iguá Saneamento trata dos bairros Barra da Tijuca, Camorim, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia, Gardênia Azul, Anil, Grumari, Itanhangá, Jacarepaguá, Joá, Pechincha, Recreio dos Bandeirantes, Tanque, Taquara, Praça Seca (parcial), Vargem Grande, Vargem Pequena e os Municípios de Paty do Alferes e Miguel Pereira. 

Durante o encontro na PUC-Rio, Leonardo falou sobre novas perspectivas de saneamento. 

— Alguns problemas persistem há muitos anos, a ausência do poder público é um deles. Mas nós temos feito uma grande recuperação de estruturas, redes elevatórias, renovações de equipamentos, como bombas e outras ferramentas hidráulicas. Temos no contrato um dever de requalificação que demanda uma manutenção permanente para os próximos 35 anos - explicou.

Outras questões enfrentadas pelas concessionárias de água que atuam em diferentes regiões são as construções irregulares e domínio de facções criminosas. As companhias têm praticado ações de responsabilidade social e educação de saneamento básico e ambiental para que as pessoas entendam o serviço prestado, oferecendo plantação de árvores, arrecadação de óleos que seriam descartados de forma incorreta e visitas no interior das companhias. Para os executivos, a garantia de bem-estar deve ser uma preocupação de todos.

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