Enquanto líderes mundiais ainda digerem o desembarque americano do histórico acordo ambiental firmado em Paris, há dois anos, a PUC-Rio intensifica o caminho inverso ao do sinalizado pelo presidente dos EUA Donald Trump. A XXIII Semana de Meio Ambiente, aberta nesta terça, reúne uma série de oficinas e debates para amadurecer a Agenda Socioambiental em compasso com os valores da encíclica Laudato Si, do Papa Francisco. Discussões interdisciplinares sobre temas como biodiversidade, espaços de convivência, resíduos e água buscam, portanto, sedimentar o pacto da comunidade universitária em torno de uma efetiva participação nos esforços voltados à sustentabilidade, destaca a coordenadora de extensão do Núcleo interdisciplinar de meio ambiente (Nima)*, professora Maria Fernanda Lemos. Também diretora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, ela considera a iniciativa essencial para expandir o "trabalho conjunto", interdisciplinar, centrado na consolidação de práticas sustentáveis no campus e, a partir destas experiências, na geração de conhecimento aplicável em outras instituições.
O amadurecimento da Agenda Socioambiental reforça o compromisso das pesquisas e ações integradas dos diversos setores da PUC-Rio com um espaço universitário pautado pela sustentabilidade, ressalta o vice-reitor de Desenvolvimento. Ex-presidente do IBGE e ex-diretor do Jardim Botânico, no qual criou o Projeto Mata Atlântica, Bruni reforçou, na abertura da Semana do Meio Ambiente, o incentivo contínuo ao envolvimento de "todos os departamentos da Universidade" nas discussões e práticas associadas aos desafios socioambientais:
– É importante destacar que esta é a 23ª reunião. Ou seja, são 23 ações seguidas, realizadas anualmente e voltadas para a melhora ambiental constante do nosso ambiente universitário.
Para Maria Fernanda, "processo" é a palavra-chave. A especialista refere-se a dois processos, em especial: interação sobre temas ambientais e colaboração para efetivar os projetos discutidos.
– As discussões e o trabalho em conjunto são mais importantes do que o próprio resultado que a Semana pode promover – reitera.
A conselheira do Nima prega, com igual ênfase, a continuidade do debate e das medidas socioambientais efetivadas mesmo depois dos encontros promovidos pela Universidade, que se estendem até sexta:
– A agenda socioambiental é um pacto, pois todos ganham com as discussões ambientais que ocorrem dentro da Universidade. É importante mantermos esses valores. É para isso, entre outras coisas, que valorizamos o evento.
Para o diretor do Nima, Luiz Felipe Guanaes, sustentabilidade e interdisciplinaridade andam juntas. Assim, para desenvolver a sustentabilidade, "precisamos pensar na nossa realidade, no ambiente em que estamos inseridos". Ele observa:
– A Universidade possui um campus rico. O que construímos aqui vai se aprimorando. Devemos, desta forma, ter uma inserção integral no mundo – convida o professor.
Ainda de acordo com Guanaes, os debates vão gerar, até sexta-feira, um relatório com os pontos centrais extraídos das discussões em torno de grandes temas da área e do amadirecimento da Agenda Socioambiental. Na abertura da 23ª edição, ele ressalta o empenho de colegas, como a professora Maria Fernanda Lemos, e de alunos em torno do avanço de rotinas sustentáveis.
Divididos por temas afins – água e biodiversidade, energia, resíduos sólidos, espaços de convergência, mobilidade –, os debates e palestras estarão inseridas também em oficinas como as de replantio e de atividades na horta. Todas são abertas à Comunidade PUC.
*A programação completa da Semana pode ser consultada aqui.