Símbolo materno da fé cristã, a imagem de Nossa Senhora de Aparecida, encontrada no Rio Paraíba do Sul há 300 anos, será o tema da IX Semana da Cultura Religiosa. A cerimônia de abertura ocorreu no Salão Dom Luciano Mendes, na Pastoral Universitária Anchieta, com o coordenador da Semana padre Marcos Vinício Miranda Vieira, o Diretor do Departamento de Teologia, Renato da Silveira Borges Neto, o Reitor da Universidade, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., e o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta O. Cist. Os religiosos ressaltaram a importância da imagem de Maria na religião católica, a participação mariana na cultura brasileira e a afinidade do Papa Francisco com a imagem da santa.
O Arcebispo do Rio de Janeiro abriu o encontro e afirmou que devem ser celebradas as raízes religiosas e culturais que se manifestam na religiosidade popular. Ele ainda lembrou a devoção do Papa Francisco à Nossa Senhora quando este, ao ser eleito, rezou sob os pés da imagem da santa, na basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Padre Leonardo Agostini Fernandes declarou que o objetivo desta IX Semana da Cultura Religiosa é revigorar a fé, a esperança e o compromisso das pessoas com o bem. Segundo ele, Maria é um bom exemplo para as mulheres não só do Brasil, mas de todo o mundo.
- O conhecimento determina o comportamento, de tal modo que quanto mais conhecermos Maria e aquilo que Deus fez por nós, nela, somos mais capazes de abraçar aqueles compromissos éticos, sociais e, acima de tudo, humanos, que precisamos testemunhar nos nossos dias.
O Reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., lembrou da mãe durante o discurso. Ele, que se declarou um devoto de Nossa Senhora de Aparecida, comentou que admirava a disposição com que sua mãe se deslocava de Goiás até a cidade de Aparecida, em São Paulo, para ir ao encontro da fé do povo. Segundo o Reitor, apesar da simplicidade da imagem de Nossa Senhora da Aparecida, a profundidade do significado simbólico é muito maior.
- A pequenez dessa imagem revelou uma grandeza da fé do povo. Ultrapassa barreiras ideológicas, culturais e provoca uma aliança daquilo que é fundamental na religião: a memória, certeza, complexidade, razão e fé. Essa devoção mariana está muito ligada à nossa brasilidade, de um povo simples, que busca uma razão para a esperança nesse momento que o nosso Brasil enfrenta, sobretudo a nossa cidade do Rio de Janeiro.
O fim da cerimônia ficou a cargo do mesmo povo simples citado pelo Reitor. O coral Uma Só Voz, projeto social formado por moradores de rua do Rio de Janeiro, cantou quatro canções que simbolizam a fé em Maria e a realidade social dos cantores. Romaria, de João Mineiro e Marciano, e Lamento Sertanejo, de Dominguinhos e Gilberto Gil, foram algumas das músicas interpretadas pelo coral.