Empresas intensificam garimpo de talentos nas universidades, aponta executivo da Mayer Brown
29/09/2016 08:41
Mariana Salles

Capacidade de solucionar problemas práticos é uma das virtudes mais valorizadas pelos potenciais contratantes

Arte: Mariana Salles

 

Prática crescente em mercados desenvolvidos, o garimpo de talentos empreendido pelo mundo corporativo nas universidades de ponta também se intensifica no Brasil. Destacada em pelo executivo Alexandre Chequer, do escritório de advocacia Mayer Brown, especializado no setor de óleo e gás, a consolidação desta tática seletiva abre novos canais entre contratantes da iniciativa privado e profissionais em formação.

 

– Era comum ver os melhores alunos, aqueles com as notas mais altas e o melhor desempenho, correndo loucamente atrás de emprego. Hoje em dia, está se consolidando uma tendência inversa. Agora as empresas vão atrás desses alunos. Isso já acontece em mercados mais maduros, como nos Estados Unidos e na Inglaterra, mas passa a se intensificar no Brasil – observou Chequer, aos estudantes da PUC-Rio reunidos, sexta-feira passada, em palestra do ciclo Criatividade e Transformação.

 

Um dos desdobramentos deste movimento revela-se a aproximação entre a universidade e empresas de diversos segmentos, por meio de canais variados – desde feiras e ciclos como o recente Criatividade e Transformação, organizado pela Coordenação Central de Estágios e Serviços Profissionais (CCESP), até espaços virtuais. O próprio ciclo manteve um terminal, nos pilotis, para a inscrição de alunos interessados em estagiar nas empresas participantes da série de palestras (Lojas Americanas, White Martins e a própria Mayer Brown, entre outras).

 

Foto: Gabriel Molon

 

Estreitar a comunicação a comunicação com potenciais contratantes é importante, mas uma boa largada no mercado profissional exibe outras competências e indicadores, como a capacidade para inovar, ressalva o executivo da Mayer Brown. Segundo  Chequer, empresas de segmentos como o de advocacia buscam estudantes capacitados, por exemplo, para “resolver problemas práticos”:

 

– Temos a filosofia de preparar nossos estagiários para serem os melhores do mercado. Advogados têm que dar a solução, e é isso que ensinamos para eles. Assim, procuramos os alunos mais dedicados.

Tais critérios casam com pesquisa recente da Universidade de Scranton, nos Estados Unidos, que reúne dez qualidades que os empregadores procuram nos potenciais empregados. Incluem, por exemplo, motivação, “bom trabalho em equipe” e responsabilidade. (Veja a lista completa no quadro abaixo.)

 

Chequer ressalta, ainda, que o mercado de Direito é “cheio de oportunidades” mesmo em períodos de crise econômica. Ele justifica:

 

– Se  a economia vai bem, há muitas oportunidades na área. Se vai mal, há mais ainda. Esse é o

Para atrair os jovens talentos, a iniciativa privada agrega, aos tradicionais acenos de remuneração e perspectiva profissional, benefícios associados ao desenvolvimento do potencial inovador e ao aprendizado continuado. Algumas empresas globais, como a Mayer Brown, oferecem também a possibilidade de experiência no exterior, não raramente relacionada a pós-graduação ou especialização.

 

Arte: Mariana Salles

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