Boas práticas para se alcançar a sustentabilidade
20/09/2023 11:02
Angelo Ye

Empresa Júnior traz especialistas para falar sobre lado ambiental, social e de governança em empresas

Da esquerda para a direita: Rafael Assis, Anna Carolina Rohrs (presidente da EJ), Bárbara Ferrão e Ronald Pessanha. Foto: Miguel Klein.

A cada ano que passa, empresas dos mais diversos segmentos buscam se adaptar às rápidas mudanças que ocorrem ao redor do mundo. Para cumprir esta agenda, elas buscam alinhar-se às práticas ESG, termo que em inglês significa Environmental, Service Social and Governance. É um conjunto de boas práticas que abrangem os setores ambiental, social e gerencial das companhias com o objetivo de torná-las sustentáveis, socialmente responsáveis e bem administrados, respectivamente. 

De olho na importância do tema, a Empresa Júnior organizou uma mesa-redonda com profissionais especializados em ESG para elucidar dúvidas dos alunos sobre o assunto e também para prepará-los para entrar em um mercado de trabalho em que estas práticas são cada vez mais comuns. A discussão fez parte do ciclo de palestras Entrando no Jogo, no dia 1º de setembro, e teve a  participação de  Rafael Assis, consultor ESG na Beon; Bárbara Ferrão, coordenadora de ESG nas Organizações Globo, e Ronald Pessanha, especialista em valor socioambiental na mesma empresa.

Rafael explicou as origens do termo, que foi adotado pelo Banco Mundial durante uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1994. Ele também ressaltou que, apesar de o tema ser relativamente novo, pode-se entender que as conferências ambientais realizadas no passado, principalmente antes dos anos 2000, contribuíram para rascunhar o assunto antes mesmo do encontro da ONU.

— O termo visa trazer questões socioambientais para se debater, mas ele é de antes de 1994. Em 1972, tivemos a Conferência de Estocolmo, em 2001, o Protocolo de Kyoto, em 2012, a Rio+20 e, mais recentemente, o Acordo de Paris, em 2015. Todos eles bem significativos. Também em 1994, John Elkington, tido por muitos como o “pai da sustentabilidade”, lançou um livro chamado Triple Bottom Line, que fundou o tripé da sustentabilidade, que hoje é importante na governança e continuidade dos negócios.

Rafael Assis fala sobre as origens do termo ESG. Foto: Miguel Klein.

Coordenadora de ESG nas Organizações Globo, Bárbara Ferrão explicou como funciona o processo de implementação das práticas dentro da empresa, as atividades que coordena e como todos os funcionários da empresa devem estar engajados. Segundo ela, em um relatório de 2022 foi estabelecida uma agenda em que a empresa se compromete com seis compromissos

— Cada compromisso tem um squad (equipe) com um grupo de trabalho de diversas áreas da empresa. Além dos squads, eu atuo de forma transversal olhando para cada cronograma e indicadores. Temos historicamente um compromisso no jornalismo, com pautas educacionais, e agora nos estruturamos para trazer um relatório de sustentabilidade ao público e falar sobre isto alinhado com a agenda da ONU. É um tema que cada vez mais tem que ser comentado dentro da empresa para ser de todos os colaboradores.

Apesar de serem relativamente novas, as práticas ESG não estão distantes das pessoas que estão fora das grandes organizações. A sociedade demanda cada vez mais estas atitudes das empresas e lideranças e, ao mesmo tempo, funcionários de todas as áreas estão se conscientizando para que se alcance os objetivos propostos. Todo este círculo é crescente e constante para que se consiga ter uma sociedade melhor.

Auditório no RDC durante a palestra. Foto: Miguel Klein.

É diante destas demandas que surgem profissões como a de Ronald Pessanha, especialista em valor socioambiental nas Organizações Globo e que já faz parte da empresa há uma década. Ele ressaltou o quanto a Globo se reformulou ao longo dos anos e como todos os setores estão alinhados para alcançar as mesmas metas.

— Eu estou na Globo há dez anos, e a gente vê claramente como é uma nova empresa. Vemos mais diversidade, não só dentro das telas (novelas e séries), mas também dentro da empresa. Por conta disto, a gente acaba sofrendo “um problema bom”, porque todas as áreas querem ter alguma iniciativa em relação a parcerias, ajudar instituições, e precisamos estar o tempo inteiro em contato com estas áreas para criar estratégias ESG em parceria com outras organizações.

Participantes e sócios da Empresa Júnior posam para foto no último dia do Entrando no Jogo, circuito de palestras e rodas de conversas que abrangeram diversos temas, como marketing e finanças. Foto: Miguel Klein.

Os palestrantes deixaram claro que mais importante do que ter uma agenda ESG robusta e elaborada, é começar. Pequenas mudanças fazem toda diferença a longo prazo para as empresas e também para o planeta.

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