Raul tinha 27 anos, formara-se em Engenharia Mecânica pela PUC-Rio, estava noivo e acabava de ganhar uma bolsa de estudos para a Holanda. Detido em uma batida policial, foi considerado suspeito por ter no carro esboços de dois mapas, um deles do caminho para o apartamento que alugara em Santa Teresa, onde a polícia encontrou mimeógrafos e material de propaganda de um grupo político, guardados ali a pedido de um amigo.
Enquanto esteve preso, a família moveu céus e terras para localizá-lo. Nem mesmo o fato do caso ter sido levado ao conhecimento de Ministros de Estado fez que tivessem dele qualquer notícia.
No dia 12 de agosto, o corpo de Raul, com evidentes marcas de tortura, foi entregue à família. Os registros oficiais da causa mortis são divergentes. Em alguns consta edema pulmonar, em outros, embolia e ataque cardíaco ou apenas a palavra “morto”. Os dias de prisão, torturas e morte estão documentados no site armazemmemoria.com.br e no relatório feito pela família.
Raul é o único ex-aluno da PUC-Rio morto sob tortura pelas mãos do Estado Brasileiro. Por isso, no dia 2 de junho de 2014, data de seu aniversário, o C.A. de História plantou no campus uma muda da mesma árvore que existia no jardim da casa de Raul. À sombra desta árvore, está uma placa para que a memória dele permaneça na universidade. “Onde quer que ele esteja”, que Raul saiba que nunca será esquecido na PUC-Rio.