Pressão com originalidade e risco
02/09/2019 18:34
Heloiza Batista, Mariana Albuquerque e Nathalie Hanna Georges

A equipe da série Sob Pressão participa de bate-papo com os alunos da PUC-Rio

A equipe do Sob Pressão em bate-papo sobre o episódio em plano sequência. Foto: Catarina Kreischer

O cotidiano de um hospital público passou a fazer parte das noites dos brasileiros a partir de julho de 2017, com a estreia da série Sob Pressão, da Rede Globo. A terceira temporada terminou em julho deste ano e, após uma pausa, a série voltará a ser exibida em 2021. Para contar um pouco como é feita a produção que é inspirada em dramas da vida real, o diretor Andrucha Waddington, o roteirista Lucas Paraizo e a atriz Marjorie Estiano participaram de um bate-papo na Universidade, na quarta-feira, 28, mediado pelo professor Sergio Mota, do Departamento de Comunicação Social.

Antes do início do debate, houve a exibição do décimo episódio da terceira temporada, filmado em plano sequência. A equipe revelou que foi um desafio escrever um episódio em sequência porque era difícil cronometrar o capítulo em três blocos de 15 minutos, e conciliar os ensaios com os atores para adaptações do texto. Segundo eles, os artistas preparam uma coreografia para a cena em plano sequência e memorizam a parte técnica. Para o diretor, a questão era contar um episódio inteiro em tempo real. Waddington contou que foram gravados três planos sequências em três dias, com 252 pessoas trabalhando em cada plano.

– No plano sequência, tudo tem que estar controlado. Era um risco fazer essa sequência em um final, mas uma coisa que ajuda é ter uma equipe tão azeitada como tivemos. A alma de fazer audiovisual, uma dramaturgia, tudo ocorre porque um depende do outro. É um trabalho coletivo. Eu acho que, cada peça, se falha, você acaba com um desfalque. A quantidade de gente que tinha para aquele balé funcionar, era uma coisa muito mágica.  

O elenco também falou sobre a representatividade que Sob Pressão busca trazer para o telespectador. Eles explicaram que a trama une originalidade e risco. Na opinião da equipe, um dos conceitos da série é promover uma identificação com as pessoas que dependem do sistema público, e, por outro lado, conscientizar aqueles que desconhecem essa realidade. Paraizo revelou que, no processo de criação da série, a equipe percorreu hospitais públicos para captar o clima e assim poder transpor para a tela a dinâmica desses lugares.

– Queríamos fazer uma série que retratasse os pilares da sociedade brasileira, que é a saúde. A ideia de transformar o filme em série foi do Guel Arraes (diretor de dramaturgia da TV Globo), e buscamos referências de séries médicas americanas de muito sucesso, como Grey’s Anatomy e House, mas precisávamos de uma cara brasileira para a série. Fizemos visitas a muitos hospitais públicos na fase de pesquisa, passamos noites nas emergências, e no momento em que conhecemos essa realidade decidimos que tínhamos um diferencial e uma cara para a série, que era essa triste realidade.

Marjorie Estiano, que interpreta a médica Carolina, relatou o processo de preparação para interpretar a personagem. De acordo com ela, as idas aos hospitais, públicos e privados, foram os momentos mais importantes do processo. A protagonista contou como lida com a parte emocional após cenas impactantes. Ela ainda comentou que o dia a dia dos hospitais que visitou na preparação, antes e durante a gravação da série, é muito pior do que a série retrata.

A atriz Marjorie Estiano comenta sobre a sua personagem, Dra. Carolina. Foto: Catarina Kreischer

­– São personagens que se envolvem muito com a realidade retratada. Como os médicos da série compram barulho e se envolvem, é sempre muito desgastante emocionalmente. Cada um tem sua maneira de conseguir lidar com esses altos e baixos. É importante não só os médicos, mas eu também, na minha profissão, ter os meus recursos para conseguir me nutrir e buscar minha saúde psíquica e mental. 

 

 

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