Uma parceria entre a PUC-Rio e o grupo Dasa (Diagnósticos das Américas) resultou na criação do Laboratório Biodesign. Vinculado ao Departamento de Artes & Design (DAD), o laboratório conta com cinco espaços e contempla alunos de diversas áreas. Entre as frentes de pesquisa, estão a Bioimpressão 3D, a Realidade Virtual e aumentada, e a manufatura aditiva. O Biodesign pretende também avançar nas pesquisas em tecnologias 3D, que já têm sucesso na medicina fetal, e estendê-las a outros campos da medicina como neurologia, cardiologia, ortopedia e transplante.
Um dos coordenadores do Biodesign Lab, o professor Jorge Lopes, do Departamento de Artes & Design, explica que a produção do laboratório é voltada para a criação de modelos de apoio a cirurgias e diagnósticos. Participam do laboratório alunos de mestrado e doutorado, biomédicos e médicos do Dasa, além de alunos de graduação.
– Desenvolvemos modelos 3D virtuais e físicos para simulação de procedimentos médicos, auxílio em diagnóstico, e reuniões multidisciplinares na área de medicina. Imprimimos, por exemplo, vários modelos 3D para cirurgias, e trabalhamos muito com a simulação 3D virtual e física. Agora começamos também a trabalhar com material biológico.
O projeto é resultado de uma parceria de longa data entre pesquisadores da Universidade e médicos da Dasa, e o laboratório também é coordenado pelo Dr. Heron Werner (Dasa) e da Dra. Flavia Lopes (IEPD Instituto de Ensino e Pesquisa Dasa). Os estudos na área da medicina fetal já eram desenvolvidos no Núcleo de Experimentação Tridimensional (NEXT), coordenado por Lopes e pelo professor Cláudio Magalhães, também do DAD. Com o desenvolvimento acelerado da tecnologia neste setor, percebeu-se a necessidade de um espaço maior e mais adequado.
No caso do Biodesign Lab, Lopes destaca também o caráter interdisciplinar do laboratório, que une programadores, biólogos, médicos e engenheiros, para criar uma ponte entre o conhecimento científico e o design. Além disso, ele ressalta que, embora esteja vinculado ao DAD, o laboratório teve muito apoio do Reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira S.J., e do Vice-Reitor de Desenvolvimento, Sergio Bruni.
– É uma atitude inovadora ter esta ligação entre universidade e empresa, e conseguimos alimentar a parte de pesquisa da instituição. Tem este grande highlight. Todos os grandes centros de pesquisa médica têm um centro de pesquisa. E o Dasa agora tem na PUC-Rio, em um lugar com milhares de alunos. A ideia é investir em pesquisas já dentro do ambiente universitário.
O fluxo de trabalho e desenvolvimento do laboratório é contínuo. Atualmente, além dos projetos relacionados a editais que estão sendo desenvolvidos, Lopes cita dois alunos da PUC-Rio, um mestrando e um doutorando, com quem produz há bastante tempo.
O aluno de mestrado Vinícius Pontes Arcoverde tem um projeto de Realidade virtual e expandida que procura facilitar a rotina dos médicos com um simulador cirúrgico, além de um aplicativo para visualização de exames em 3D. Segundo ele, o foco do laboratório é criar inovações que sejam práticas e aplicáveis para a vida real - e Arcoverde espera que cada vez mais as incertezas sobre as patologias possam diminuir.
Já o doutorando Mario Ricardo da Silva Lima está à frente da bioimpressora no Biodesign Lab, e busca auxiliar a sociedade na área médica com bioimpressão 3D. Por meio da impressão de materiais que emulam células humanas, o projeto de Lima envolve o uso desta ferramenta para auxiliar em tratamentos, transplantes, e até diminuir a frequência de testes em animais.
De acordo com Lopes, o laboratório está aberto para integrar a experiencia dos alunos – sejam eles de mestrado, doutorado ou iniciação científica. O professor ressalta que estudantes interessados pela área biomédica podem procurar o Departamento de Artes & Design para conhecer o que o Biodesign Lab pode oferecer.
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