A botânica no espaço urbano é o assunto que norteia a XXXIV Jornada Fluminense de Botânica. A série de encontros, que em 2015 ocorre pela primeira vez na PUC-Rio, começou no dia 30 de setembro, no auditório do RDC, com a presença do Reitor padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J. O professor André Trigueiro, do Departamento de Comunicação Social, ministrou uma palestra sobre o tema da jornada logo após a solenidade de abertura do encontro.
O Reitor comemorou o fato de a jornada deste ano ser na Universidade - um sonho de muitos anos, que não havia sido efetivado porque ainda não existia o curso de Biologia, cuja primeira turma de graduandos se formou no primeiro semestre de 2015. Padre Josafá usou as árvores como metáfora para explicar esse processo lento de trazer os debates da área botânica para a PUC.
- Algumas árvores são assim mesmo. Demoram a produzir fruto, mas vão amadurecendo – comentou.
Compuseram a mesa de abertura, também, a diretora do Departamento de Biologia, professora Rejan Rodrigues Guedes-Bruni, a coordenadora da jornada, professora Jakeline Prata de Assis Pires, o decano do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Hilton Koch, o Vice-Presidente da Sociedade Botânica do Brasil, Marcus Nadruz, e a diretora da Sociedade Botânica do Brasil no Rio de Janeiro, Adriana Lobão.
Para finalizar a sessão, as professoras Rejan Guedes-Bruni e Mariana Reis prestaram homenagem, respectivamente, ao professor da Pós-Graduação em Geografia Rogério Oliveira e ao parataxonomista Walter da Silva, um grande colaborador do Departamento de Biologia. As placas foram entregues aos homenageados pelas mãos do Reitor.
O professor André Trigueiro, responsável pela cadeira Comunicação e Meio Ambiente, do Departamento de Comunicação Social, centrou o discurso na questão do verde nas grandes cidades. Ele citou a gestão do prefeito Fernando Haddad em São Paulo como um bom exemplo de polo urbano que mudou de paradigma. Para Trigueiro, a tentativa de melhoria da mobilidade urbana, com a criação de ciclofaixas e o incentivo ao transporte público, vem transformando o modo como o paulistano pensa o conceito de cidade.
- Até pouco tempo, o paulistano assumia o papel de cidade asfixiada e buscava refúgio fora. Parece que por lá estamos mudando esse conceito de que São Paulo deve ser lugar só do trabalho, com a natureza de fora.
Trigueiro alertou para o perigo da descrença generalizada em políticos, que leva as pessoas a não acreditarem em mudanças. Segundo ele, é importante cobrar, questionar e “dar a cara a tapa”, porque a pressão popular gera demandas que podem transformar a agenda nacional no que diz respeito à sustentabilidade, de modo que se diminua o antropocentrismo no atual modelo de sociedade.
- O mundo precisa de atitude, e quem detém conhecimento precisa dedicar um tempo a construir uma nova agenda. A política se tornou uma área em que as pessoas de bem não querem se meter. Eu não quero falar mal da política. Eu me reservo a falar mal de alguns políticos, se for o caso – comentou.