Para preservar a memória da PUC
30/10/2015 15:31
Caio Sartori / Fotos: Weiler Filho e Lucy Pina

Núcleo de Memória completa dez anos de pesquisa e conservação de arquivos

A Coordenadora Acadêmica, Margarida de Souza Neves, conta que um dos objetivos é formar pesquisadores

Com o intuito de criar uma identidade a partir da história da Universidade, o Núcleo de Memória foi idealizado, em 2005, pela Vice-Reitoria Acadêmica. O projeto, que passou a funcionar efetivamente no ano seguinte, comemora o décimo aniversário em 2015 com novas ideias e o desenho de um site mais moderno, que pretende promover uma maior interação entre professores, alunos, ex-alunos e funcionários.

A Coordenadora Acadêmica do núcleo, professora Margarida de Souza Neves, comenta que o novo site é mais bonito e proporciona uma agilidade maior para os usuários. A partir de uma ferramenta de banco de dados e uma área de colaboração, o núcleo espera que ele seja um canal vivo de comunicação para a comunidade PUC. Outra novidade de aniversário, que emociona Margarida, é a publicação de um memorial do professor Luiz Fernando Gomes Soares, do Departamento de Informática, que morreu em setembro deste ano.

– Vamos publicar com algumas fotografias dele. É uma homenagem a tudo que ele representa para a Universidade e para cada um de nós.

Há, também, a intenção de projetar alguns filmes do antigo acervo da TV Tupi, que hoje pertencem ao professor do Departamento de Comunicação Social Silvio Tendler, cuja temática é a PUC. O núcleo também espera dar continuidade às pesquisas de iniciação cientifica e aos memoriais dos professores titulares, para transformá- los em uma coleção. Outra iniciativa que deve ser mantida é a parceria com o Projeto Comunicar, com a publicação de uma crônica a cada edição do Jornal da PUC. No passado, foi lançada a coletânea Crônicas de Memória, com os textos publicados até então pelo jornal.

Uma das várias reuniões de equipe do núcleo, realizadas semanalmente

Quando o núcleo foi criado, vários programas da pós-graduação chegavam aos 40 anos de existência, e, paralelamente, havia uma grande renovação dos quadros docentes. O núcleo foi concebido a fim de abranger a memória da pós-graduação, mas, aos poucos, os criadores perceberam que aquilo não deveria ser tão restrito, como explica Margarida.

– Não tinha o menor sentido, na PUC, onde graduação e pós são unidos, fazer da pós e não fazer da Universidade. Então, no ano seguinte, ao perceber percebermos isso, o núcleo passou a ser de toda a Universidade.

Um dos principais objetivos do núcleo é formar pesquisadores em iniciação científica. Atualmente, cinco bolsistas, que são alunos da graduação de diversos cursos, desenvolvem pesquisas individuais com o material do acervo, composto por documentos que são tanto institucionais quanto pessoais – de ex-alunos, professores e funcionários.

Além das pesquisas relacionadas à graduação, o núcleo presta atendimentos frequentes a pesquisadores de pós-graduação, de dentro e de fora da Universidade. A coordenadora de pesquisa do projeto, Sílvia Ilg Byington, aponta, ainda, para outra tendência presente em diferentes tipos de instituição: a preservação da memória.

– É uma gama variada de pesquisas que podemos desenvolver. Também prestamos consultoria para outras instituições, como empresas, formarem seu centro de memória. Isso tem sido recorrente em instituições, criar um núcleo de memória e organizá-lo.

Segundo Margarida, a importância do projeto é que a memória seja sempre uma das formas de construção de uma identidade abrangente e plural, de modo que o Núcleo forneça elementos para a construção de projetos coerentes com essa identidade e essa memória. Sobre as principais conquistas ao longo dos dez anos, a professora destaca o reconhecimento por parte da Universidade.

– Acho que a primeira conquista foi um presente da vida, que é o fato de a Universidade valorizar muito essas iniciativas que nós fizemos nesses 10 anos. Nós nos sentimos muito queridos, muito apoiados.

Para o Vice-Reitor Acadêmico, José Ricardo Bergmann, a criação do Núcleo de Memória foi importante para valorizar a história da PUC e integrar mais ainda a instituição com a comunidade.

– A criação do Núcleo de Memória da PUC-Rio foi fundamental não apenas para o resgate e a organização da história e da memória da instituição e de seus integrantes, mas também para seu contínuo registro, através dos anuários, e, sobretudo, por fazer com que a comunidade e a sociedade conheçam e valorizem os feitos e as personalidades ligados à Universidade em seus mais de 70 anos.

Figura certa em quase todos os encontros que ocorrem pelo campus, o fotógrafo Antônio Albuquerque, colaborador do Núcleo de Memória, tem uma longa história dentro da PUC. Dos anos recentes, como integrante do núcleo, ele destaca como um momento especial a visita do Papa Francisco ao Rio. A trajetória de Antônio na Universidade, porém, começou há 43 anos, em 1972. E foram os registros que fez da vida do campus que o levaram a integrar o Núcleo de Memória.

– Eu fotografava formaturas e alguns eventos, que naquela época eram em negativos e ficaram sem classificação. A professora Margarida me propôs colaborar com o núcleo para identificar essas fotos e, aos poucos, me integrei ao núcleo.

Silvia, por sua vez, destaca o ano de 2010 como um momento marcante. Na ocasião, a PUC completou 70 anos e o Núcleo foi responsável por uma série de celebrações. O campus foi ocupado com instalações e banners com palavras que remetiam à história da Universidade. Houve, ainda, o lançamento de um livro (PUC-Rio 70) e uma grande exposição no Solar Grandjean de Montigny, ao longo do segundo semestre daquele ano.

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