"Reputação inspira confiança dos investidores"
17/05/2016 11:24
Bárbara Tavares, Carolina Ernst e Gustavo Côrtes

Especialistas em comunicação corporativa analisam impacto da imagem empresarial nos negócios.  

São necessários 20 anos para construir uma reputação e cinco minutos para perdê-la”. A famosa frase de Warren Buffet, investidor e filantropo americano, é a melhor definição da importância da reputação das empresas perante o mercado e a sociedade, de acordo com a diretora da CDN Comunicação Corporativa, Lalá Aranha. Em palestra no Departamento de Comunicação da PUC-Rio, na sexta-feira, 6 de maio, a executiva destacou que, com os avanços tecnológicos e das mídias sociais, torna-se mais rápida a destruição de um nome cultivado por muito tempo:

Lalá Aranha. Foto: Mariana Salles 

– A mídia, no processo de divulgação, cria rapidamente a imagem negativa da empresa. Tudo começa com um boato, fato ou denúncia, e rapidamente alcança a internet, responsável por retransmitir e virtualizar a informação.

Já a consultora em comunicação corporativa e editora da Revista da Reputação, Tatiana Lins, alertou para a “bolha das marcas”, tese desenvolvida no livro A bolha das marcas, do estrategista em marketing norte-americano John Gerzema, e pelo CEO da BrandBar Consulting, Ed LeBar. De acordo com os autores, o rompimento da bolha, em um futuro próximo, atingirá todas as marcas, mas apenas as que têm reputação forte sobreviveriam.

Em palestra a alunos de Comunicação Corporativa da professora Marilene Lopes, as duas especialistas reforçaram que a estratégia empresarial e comunicação corporativa andam juntas. A reputação não deve ser uma preocupação exclusiva de grandes companhias. Não é preciso muitos recursos para trabalhar nesse sentido.

Ambas destacaram a relevância da reputação, responsável pela confiabilidade do país e pela entrada de investimentos. Os recentes rebaixamentos da nota de crédito do Brasil, como os divulgados pela Fitch Ratings no começo do mês, são prejudiciais à captação.

Tatiana Lins. Foto: Mariana Salles 
Os países, bem como as empresas, devem trabalhar para construir imagem que agrade aos consumidores e ao mercado. A China, por exemplo, tem tentado desvincular o país de produtos de má qualidade – diz Tatiana.

A exemplo do fenômeno mencionado por Lalá, Tatiana citou o caso da Samarco, mineradora envolvida no rompimento de uma barragem em Mariana, que provocou o maior desastre ambiental da história do país.

– A Samarco era premiada pela competência nas relações públicas e considerada boa empregadora pelos funcionários. Em razão do desgaste da marca em decorrência do acidente, a empresa pode não sobreviver. O comercial polêmico transmitido no intervalo do programa Fantástico mostrava satisfação dos funcionários em ajudar moradores atingidos pela tragédia, e não se preocupava em fazer mea-culpa e mostrar sensibilidade com a situação, o que só piorou a situação.

Alunos demonstraram insatisfação com a falta de sensibilidade da empresa no comercial da Samarco e Tatiana associou a resposta da empresa a uma questão ética. O questionamento levantou uma breve discussão entre os estudantes e a palestrante acerca da corrupção no Brasil.

 Lalá enumera os principais deveres de casa para alcançar o sucesso e preservar a imagem. A empresa precisa, necessariamente, desenvolver os seus valores, comportamentos e éticas para então criar a sua própria identidade. O reconhecimento, tanto interno como externo, é fundamental para o crescimento da organização e da confiança do seu público. Além disso, o exercício de cidadania também é muito estimado: aqueles que prezam a responsabilidade social e a sustentabilidade conquistam o apoio da população, como a Catho – site brasileiro de classificados de empregos, que ganhou diversos prêmios de confiabilidade 

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