Atrações culturais da maré olímpica entram na reta final
15/08/2016 12:18
Bárbara Tavares e Mariana Salles

Do Abaporu a manifesto budista, programação de museus e centros culturais navega entre tintas brasileiras e cosmopolitas

Museu do Arte do Rio. Foto: Agência Brasil


Vizinha da efervescência do Boulevard Olímpico, a programação especial de museus e centros culturais do Centro revela-se também um bom pretexto para um passeio naquela área revitalizada da capital fluminense. A um quilômetro da pira dos Jogos, instalada em frente à Candelária, brilha outra estrela da temporada olímpica: o Abaporu, emblema modernista pintado por Tarsila do Amaral em 1928, é o protagonista da exposição A cor do Brasil, no Museu de Arte do Rio (MAR). Comprado pelo colecionador argentino Eduardo Constantini em 1995, o quadro fica por aqui até  o próximo domingo, quando volta para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires. Fora a pintura brasileira mais valiosa do mundo, a mostra reúne mais de 300 peças assinadas por 130 brasileira.

Também no MAR, a exposição Linguagens do corpo carioca [a vertigem do Rio], propõe discutir a identidade carioca por meio de, digamos, gírias gestuais. Já a exposição alusiva aos 200 anos da chegada da princesa Leopoldina, revela documentos, peças de vestuário e obras de artes, entre outros elementos, associados a uma das personalidades mais importantes no processo de emancipação do Brasil. A iniciativa antecipa, assim, o próximo grande evento do Rio: o bicentenário da Independência. De quebra, o visitante ainda se banha da vista panorâmica da Praça Mauá remodelada. O passeio panorâmico é feito diariamente, às 10h, 11h, 13h, 14h e às 15h.

Abaporu no MAR. Foto: Agência Brasil


Ainda próximo ao Boulevard, por onde têm passado diariamente milhares de visitantes e cariocas, atraídos pelo cardápio de shows e brincadeiras a reboque da Rio 2016, o Museu do Amanhã, ícone da nova Praça Mauá, e centros culturais como o do Banco do Brasil (CCBB) servem um cardápio de atrações impulsionado também pela maré olímpica (veja a programação no mapa interativo). Na principal exibição do Museu do Amanhã, Um percurso de perguntas, o público percorre uma narrativa dividida em cinco grandes áreas: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós, que promovem diversas experiências. Ali também pode ser vista a mostra temporária O Poeta Voador, Santos Dumont, que retrata o pioneiro da aviação como um jovem empreendedor dedicado à ciência e à tecnologia inspiradas pela arte.

Também no Centro, a Biblioteca Parque Estadual (Avenida Presidente Vargas, 1.261) apresenta a Exposição da cultura de violência para a cultura de paz – transformando o espírito humano. Resultado da comemoração do 50º aniversário da Declaração de Apelo à Abolição de Armas Nucleares, com o apoio do movimento budista Soka Gakkai Internacional, a mostra reúne painéis inspirados em textos do japonês Daisaku Ikeda, filósofo, pacifista, poeta laureado e escritor com obras traduzidas para mais de 20 idiomas.

Não muito distante dali, no Parque do Flamengo, o Museu de Arte Moderna (MAM) concilia o tradicional menu de arte e cultura com a badalação de DJs escalados para festas organizadas pela Skol, um dos apoiadores da Rio 2016. A mostra Arte em cena – Coleção Museo Nazionale Delle Arti Del XXI Secolo aguça o diálogo entre a arquitetura e a arte. Até o dia 14 de agosto, o público também pode apreciar a Coleção Joaquim Paiva, com obras de diversos fotógrafos e artistas que relevam a história da fotografia.

Longe dali, mas perto do Parque Olímpico, o coração da Rio 2016, o Museu Casa do Pontal (Estrada do Pontal, 3.295, Recreio) também está embalado pela festa esportiva. Depois da experiência bem-sucedida na Copa das Confederações, em 2013, e na Copa do Mundo, em 2014, a casa volta a oferecer o passeio Leme ao Pontal – O Brasil além do cartão-postal. O programa conjuga um tour por recantos em que prevalece a beleza natural da cidade com o acesso à coleção do museu.

Aberto de terça a domingo e nos feriados, das 9h30 às 17h, o Museu Casa do Pontal abriga duas mostras: Exposição Permanente sobre Arte Popular Brasileira e Os Gêmeos. A primeira, que representa inúmeros traços rurais e urbanas do país, reúne 4,5 mil obras produzidas ao longo de 66 anos. Já  exposição Os Gêmeos, dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, apresenta a arte urbana do grafite com a instalação Bunker. De acordo com os artistas, a intenção é "indagar, alertar, dialogar e, também, divertir".

Museu da Casa do Pontal. Foto: Agência Brasil

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