Do Baja à McLaren: uma ponte turbinada entre experiência acadêmica e mercado
31/08/2016 12:24
Gustavo Côrtes

Conhecimento acumulado em equipe formada por alunos de Engenharia abriu as portas para estágio na cultuada escuderia inglesa

Carro usado pela equipe na última competição, em exposição no pilotis do Leme. Foto: Mariana Salles

Um pequeno veículo com as entranhas mecânicas à mostra capturava um vaivém de olhares nos pilotis do Leme ao longo desta segunda-feira. Estacionado em frente ao auditório Padre Anchieta, onde alunos explicavam como o construíram, numa apresentação integrada à Semana de Engenharia, o carrinho representa mais do que um casamento proveitoso entre teoria e prática. Também significa mais do que um troféu da equipe Reptiles da PUC-Rio, campeã nacional da categoria tração no ano passado. Aquele modelo baja simboliza, sobretudo, uma ponte turbinada entre vida acadêmica e trajetória profissional. Um dos exemplos contundentes é o recente estágio, no centro tecnológico da McLaren, na Inglaterra, do piloto e coordenador do projeto, Marcelo Tristão. O caso retrata, para o faz-tudo do grupo, Henrique Magalhães, o cardápio de oportunidades abertas pela experiência “enriquecedora”:

– No Baja, temos que resolver, na prática, problemas com os quais nos deparamos em sala de aula. Às vezes, precisamos mesmo fazer isso sem ainda tê-los estudado antes. Além disso, lidamos com tecnologias usadas na indústria automobilística e trabalhamos em conjunto, o que pode ser decisivo em dinâmicas de grupo de processos seletivos para um emprego. Por isso, ex-integrantes do projeto já formados ocupam posições importantes nas empresas em que trabalham – observa Magalhães, um dos 20 componentes da equipe Reptiles, que se prepara para o campeonato regional, no próximo dia 16, em Piracicaba (SP).

Henrique Magalhães, da Reptiles. Foto: Mariana Salles

Tristão é a prova mais recente do que relata Magalhães. Aos 25 anos, o aluno de Engenharia Mecânica da PUC-Rio passou cinco meses do primeiro semestre em Woking, a 50 quilômetros de Londres, onde pulsa o coração tecnológico de uma das maiores grifes do automobilismo mundial, a McLaren – para muitos, uma lenda na área; para outros tantos, objeto de devoção. Para o estudante da PUC-Rio, a McLaren tornou-se sinônimo de uma largada potente rumo ao mercado. 

No estágio pela pista tecnológica da escuderia inglesa, Tristão participou do desenvolvimento de um simulador automotivo. Tarefa para a qual o conhecimento adquirido no Baja revelou-se, segundo ele, decisivo. A experiência com a equipe da PUC-Rio contribuiu também, lembra o jovem, para o sucesso no “árduo processo seletivo”:

– Enfrentei uma entrevista de duas horas, em Woking. Na maior parte do tempo, fui perguntado sobre meus conhecimentos técnicos. E, como havia trabalhado com softwares de simulação no período no Baja, fui aprovado para este trabalho – conta.

Marcelo Tristão. Foto: Mariana Salles

Mas o foco de Tristão já desembarcou da McLaren para retornar ao Baja. Segundo Magalhães, o novo modelo da equipe, o Muçurana (nome alusivo, como de hábito, a uma espécie de réptil, também conhecida como cobra-do-bem), superou as expectativas nos primeiros testes. O time de estudantes dedica-se agora aos ajustes finais para que o veículo confirme a projeção de ficar entre os dez melhores no iminente campeonato regional.

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