Telha com captação solar é uma das apostas da construção civil
08/09/2016 11:57
Gustavo Côrtes

O novo material, ainda indisponível no Brasil, concilia eficiência energética e sustentabilidade, destaca especialista

As placas fotovoltaicas servem de base para o desenvolvimento das telhas com captação solar. Foto: Arquivo

A telha fotovoltaica é uma das novas apostas da construção civil para o ambicionado casamento entre eficiência energética (melhor rendimento combinado a menor consumo de energia) e sustentabilidade. Assim reforçou o consultor sobre produtos de cerâmica Emerson Dias, em palestra da Semana Integrada de Engenharia (SIEng) da PUC-Rio. Depois de detalhar, aos profissionais, acadêmicos e alunos da área reunidos do auditório do RDC, características e aplicações de materiais usados na construção civil, o especialista destacou a tal telha voltada à captação da luz solar. Por ora, ressalvou Dias, o material inovador ainda está indisponível no mercado brasileiro.

– Essa telha tem células fotovoltaicas embutidas, que promovem a energia proveniente da luz solar. Fora isso, a telha não se distingue em nada das convencionais. Isso facilita a aplicação do material numa obra, para propiciar o aumento da eficiência energética da construção sem comprometer a proposta arquitetônica – observou.

A palestra ocorreu durante a Semana de Engenharia PUC-Rio. Foto: Mariana Salles

A novidade integra a série de tecnologias e esforços desenvolvidos pelos centros de pesquisa e pela indústria para alinhar a construção civil às exigências ambientais. Esforços, aliás, abordados ao longo da Semana de Engenharia e incorporados ao conjunto de discussões multidisciplinares PUC-Rio – em consonância com a Encíclica papal Laudato Sí, centrada no desenvolvimento sustável, e apresentada de forma didática no livro Laudato Sí: um presente para o planeta,lançado em 2015 pelo reitor da universidade, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J. Uma das chaves para as chamadas construções verdes é justamente a conciliação entre eficiência energética e sustentabilidade, reitera o professor de Engenharia Civil da PUC-Rio Joel Vieira:

– Há duas maneiras de atingir suficiência energética: gerar mais energia ou consumir menos energia. A segunda é muito mais simpática, levando em conta as demandas ecológicas globais do século. Para isso, é preciso desenvolver novas tecnologias. A PUC não está aquém dos principais centros do mundo nesse quesito. Na construção civil, devemos aproveitar as condições naturais do ambiente, como o sol e o vento, e é isso que ensinamos aos alunos.

Quando chegar ao Brasil, a telha fotovoltaica deve ser consumida, em princípio, pelas classes A e B, preveem os especialistas. Mas há uma perspectiva de ser adotada nas obras do programa Minha casa, minha vida, pois tecnologia semelhante começa a fazer parte dessas residências. Dias considera a integração entre academia e mercado indispensável para o aperfeiçoamento e a popularização de soluções energéticas mais comprometidas com a sustentabilidade aplicáveis no mercado:

– A integração entre os meios acadêmico e empresarial é muito importante. Pois as ideias desenvolvidas na universidade devem ser compartilhadas com o mercado, para que haja proveito da sociedade e para que os futuros profissionais entendam as demandas da indústria.

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