500 anos da Reforma Protestante
01/11/2017 11:13
Lucas França

Palestra discute as ações luteranas e repercussão no momento atual 

Pastor Edson Fernando de Almeida conduziu o encontro (Foto: Isabella Lacerda)

Os 500 anos da Reforma Protestante e a importância dela para os dias atuais foram analisados na palestra do Notícias Teológicas na terça-feira, 31, realizada na sala da Cátedra Carlo Maria Martini. O doutor em Teologia pela PUC-Rio e participante do grupo acadêmico de pesquisa Apophatiké, pastor Edson Fernando de Almeida, conduziu o encontro.

Almeida contextualizou historicamente a Reforma e a publicação das 95 teses de Martinho Lutero na igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. O pastor destacou que o ato do monge alemão é sempre apresentado como marco de uma reforma única, mas que o protestantismo passou por várias transformações.

— Não dá para falar em Reforma no singular. Na verdade, são as Reformas. A Reforma Radical de Thomas Muntzer, a Anglicana, na Suíça, na França. Essas geralmente não são lembradas e têm grande importância. E, ainda hoje, precisamos sempre nos reformar, para que certos valores não se percam. A Reforma é algo contínuo.

Espírito profético ou espírito protestante foram conceitos apresentado pelo pastor. Segundo ele, essas expressões, criadas pelo teólogo alemão Paul Tillich no século passado, são elementos principais da Reforma. Edson Almeida explicou que o espírito protestante é o posicionamento contra qualquer forma de injustiça ou opressão e não está presente apenas na fé cristã.

— É o julgamento tanto divino quanto humano sobre qualquer tipo de totalitarismo ou absolutização daquilo que é relativo. Esse espírito, aliás, não é propriedade do cristão protestante, é um grito geral contra o orgulho religioso ou secular.

Almeida abordou temas da Reforma que repercutem hoje em dia (Foto: Isabella Lacerda)

O pastor disse que a Reforma também quebra a hierarquia eclesiástica, característica que se estende até hoje. Para Almeida, o fazer humano não tem nenhum valor de salvação e nem media qualquer contato com o Divino. Essa interpretação ganha força com Lutero, que segundo a palestrante, simplificou a relação do fiel com o sagrado ao dizer que Deus não se importa grau de santificação ou quantidade de obras.

— A horizontalidade da fé é outra característica essencial de todo o processo de reforma. Para os meios populares do protestantismo atual, por exemplo, isso é empoderamento, é sentir que tem valor para Deus.

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