Jovens empreendedores
04/10/2019 12:40
Nathalie Hanna Georges

Estudantes contam como criaram um negócio na época da Universidade por meio das redes sociais sem grandes custos

O mundo do negócio teve um crescimento considerável com a chegada da tecnologia. Diversas redes digitais tornaram-se ambientes de lucro, como o Instagram e o Facebook. Nesse contexto, alguns universitários começaram a desenvolver os embriões de ideias comerciais nas plataformas on-lines, que têm como aliada as redes sociais para divulgar e também para ampliar o relacionamento com o cliente. A BermaBag, La Guapa, Ecó e a HIVAH são exemplos de empresas que têm investido nessas novas frentes. 

Com a vontade de ter algo próprio, a marca de biquínis Ecó foi fundada pela Bianca Prado, estudante de Design e ex-consultora na Empresa Júnior, e pela Julia Pantaleão, formada em Comunicação Social pela PUC-Rio. O design das roupas é feito apenas com uma caneta esferográfica. Bianca conta que a iniciativa surgiu da parte dela, baseado no projeto final da universidade. 

 – Eu estava à procura de um estágio, mas não encontrava nada que me chamasse tanta atenção. Foi nessa de não querer ficar parada e fazer algo que eu gosto que surgiu a ideia de fazer uma marca. Como eu já havia começado a fazer o meu projeto final da faculdade, que seria uma cadeira de praia, nada mais justo do que fazer um portfólio todo em volta desse universo. E nisso, sempre desenhando, me apaixonei por desenhar com a BIC e decidi fazer umas estampas exclusivas.

Em novembro do ano passado, Bianca e Julia fundaram a Ecó. Elas montaram a marca e os produtos em apenas um mês. A loja faz as vendas apenas pelo Instagram e participa de feiras avulsas. A futura designer explica que a marca tem mais projetos, como construir um site até o final do ano. 

Os alunos de Design Pedro Lopes e Lucas Felske e o estudante de administração Mateus Alves começaram a fazer experimentos com o conceito de upcycle e roupas velhas, até chegarem ao modelo de bolsa feita com material de bermudas e calças antigas, a Berma Bag. Segundo Pedro, a única fonte de divulgação e venda que eles utilizam é o Instagram. Toda a produção e o cuidado da marca são feitos por eles, desde o marketing até a confecção das bolsas.

– A iniciativa de construir a Berma Bag foi um projeto pessoal nosso. A ideia surgiu em maio deste ano, após um monte de tentativas: começamos com camisas, tentando tingir peças antigas; depois começamos a costurar algumas calças e bermudas, até aprimorarmos as primeiras bolsas, dando um novo significado para elas em forma de berma bag.

Bags feita a partir de bermudas reutilizadas. Foto: Lucas Felske

A estudante de Artes & Design da UFJF Jasmyn Lucchesi e a caloura de Publicidade da ESPM Mariana Magalhães explicam que o funcionamento da loja on-line cresceu com apenas cinco meses de existência. De acordo com Mariana, o empreendimento começou no Instagram e, à medida em que cresceu, elas começaram a expor em feiras mensalmente.

– Eu sempre tive uma paixão muito grande pela moda porque não se trata apenas de como a pessoa se veste, mas sim de agregar diversos fatores e trazer um outro conceito para a vida. Eu tive a ideia de criar um bazar on-line com as minhas roupas para arrecadar dinheiro. O bazar tomou uma proporção que eu não esperava e, a partir desse ponto, vi que daria certo unir uma ferramenta que eu já dominava ao meu amor pelo mundo da moda.

Mariana e Jasmyn na exposição da loja. Foto: Bárbara Carina

Jasmyn afirma que a questão de estar conectada com as redes sociais ajudou no desenvolvimento e no progresso da butique. Para ela, o mundo atual proporciona oportunidades para todos os públicos, sem grandes custos.

– É uma experiência incrível lidar com as clientes e conseguir realizar o nosso sonho, que é ter um negócio próprio. A internet possibilitou que muitas marcas crescessem de forma gratuita e plural. Ficamos felizes que a La Guapa esteja neste caminho. Hoje, temos um sonho em comum: construir um legado com o nosso nome.

Alguns ex-estudantes visionários continuaram com o negócio além da universidade. Formada em Relações Internacionais pela Ibmec, Vanessa Almeida teve tanto sucesso com a loja virtual que ela decidiu expandir para além das plataformas on-line. Atualmente, ela vende pelo site, pelo Instagram, e tem uma loja física no Centro do Rio de Janeiro. De acordo com Vanessa, esse processo iniciou em 2015, quando revendia peças prontas.

Peças produzidas pela Hivah. Foto: Vanessa Almeida

– Vendo acessórios desde 2015, quando estava no sexto período da faculdade. Em 2016, já estava produzindo artesanalmente e montava de acordo com as minhas ideias. Hoje em dia, eu produzo com a ajuda da minha mãe e faço parceria com digital influencers para divulgação da marca.

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