Experiências de impacto social
10/03/2020 16:26
Gustavo Magalhães

Empreendedores e pesquisadores se reúnem para debater políticas de administração pública em Portugal e no Brasil

O doutor em empreendedorismo pela Universidade do Porto, Pedro Verga Matos. Foto: Amanda Dutra

O professor Pedro Verga Matos, da Universidade de Lisboa, esteve na PUC-Rio para ministrar uma palestra sobre as particularidades dos modelos de impacto social usados pelos governos brasileiro e português. O encontro, ocorrido na sexta-feira, 6, foi realizado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho.

De acordo com o professor Matos, a burocracia da União Europeia afasta potenciais investidores e dificulta mudanças drásticas na sociedade. Outro ponto crucial a ser debatido é a dificuldade que as empresas encontram de calcular o retorno econômico das ações de impacto social. Mas, acredita Pedro Verga Matos, o principal foco dessas políticas é a mudança da sociedade e a melhoria de vida da população, não o lucro financeiro. 

— Os fundos europeus não estão preparados para combinar impactos sociais e empreendedorismo. Eles continuam baseados no reembolso das despesas. É preciso haver sustentabilidade e empreendedorismo social. Novos modelos e abordagens devem ser pensados para lidar com os problemas do mundo.

O professor explicou que cerca 42% dos valores concedidos a medidas de impacto social têm origem estatal e isso indica que há muito a ser feito na atração investidores. Uma maior independência das verbas governamentais é crucial, porque a economia portuguesa não está em um momento bom, concluiu o doutor em empreendedorismo pela Universidade do Porto. 

Geiza Rocha, secretária-geral do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho. Foto: Amanda Dutra.

A lei 997/2019, do Estado do Rio de Janeiro, prevê uma política de investimentos de impacto social, com o objetivo de criar um sistema desses negócios no estado. O grupo responsável pela criação da lei foi o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho. A organização apoia empreendedores que posicionam os negócios para serem capazes de produzir ações socioambientais. 

A iniciativa do grupo permitiu ao Rio de Janeiro se tornar o segundo estado do Brasil a criar uma legislação sobre impacto social. Secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha, comentou que o propósito do grupo é melhorar os valores da sociedade sobre o trabalho e a livre iniciativa. 

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