O ser humano e os sentimentos
23/07/2020 09:45
Mariana Albuquerque

Pesquisadores de psicologia e neurociência da PUC-Rio criam projeto que usa evidências científicas para explicar emoções

 

Perfil do Instagram do projeto Sentir Com Ciência

Criado em meio à pandemia do novo coronavírus, o projeto Sentir Com Ciência tem como propósito usar o conhecimento científico para ajudar as pessoas a entenderem e lidarem melhor com os sentimentos. Divulgado no Instagram, o projeto é formado por quatro colaboradores e trabalha temas como ansiedade e raiva, por meio de breves textos acompanhados de ilustrações. 

Elaborada pelo coordenador do projeto, professor Daniel Mograbi, e pelo doutorando Bruno Salles, a ideia inicial era um aplicativo, mas que, pelas restrições da quarentena, foi substituída por uma versão mais simples e acessível - a divulgação no Instagram. De acordo com professor, o Sentir com Ciência surgiu com o duplo propósito de oferecer serviços às pessoas e difundir conhecimento sobre os sentimentos, com base em evidências científicas e com uma linguagem simples. Entraram também no projeto a graduanda Milena Guimarães, que colabora na produção dos textos e administração da página, e a psicóloga Paula Villar, que produz as ilustrações das postagens.

Segundo a equipe que produz o trabalho, a ciência é o que difere o projeto deles de outros com propostas parecidas. Milena Guimarães comenta que por trás do que a equipe posta no Instagram há explicações embasadas e conhecimentos concretos, e é esse viés distinto que outros projetos não têm. Daniel Mograbi diz que isso ocorre porque as evidências científicas explicam e comprovam, por meio de dados, fatos que o ser humano não consegue entender. O coordenador ainda afirma que se conectar com os sentimentos é uma das habilidades mais importantes que o ser humano pode desenvolver.

- As emoções são sistemas de enfrentamento e de desafios, e os sentimentos são a experiência consciente e subjetiva da emoção. Muitas vezes, a gente faz as coisas reagindo e sem saber exatamente por que fizemos aquilo. É muito mais poderoso quando a gente pode se perguntar o que está acontecendo conosco, o que a gente está sentindo e o que isso pode querer dizer. Se conectar com os sentimentos, com a nossa vida emocional, é algo que pode fazer com que a gente leve vidas muito mais completas.

Mograbi diz que a equipe tem ideias e se reúne para escolher os temas que vão ser abordados, mas o que ocorre na atualidade gera grande influência nesta escolha. Em um post, por exemplo, a equipe explica o que é ruminação e qual o papel da ciência na compreensão dessa característica. “Nosso cérebro tem áreas de auto-referência, que ativam-se quando não estamos fazendo nada em particular. Devaneamos, pensamos em nós mesmos, fazemos planos futuros. Durante a ruminação, esse modo de funcionamento padrão se conecta com áreas cerebrais responsáveis pelo processamento de afeto negativo.”, explica um trecho de um post publicado no dia 26 de junho.

O professor também comenta que a definição dos assuntos é feita com base no que os seguidores da página no Instagram votam nos stories, sugerem nos comentários das postagens ou enviam por mensagens no privado. Ansiedade, raiva e medo são os assuntos mais pedidos pelos seguidores, indicam os colaboradores do Sentir Com Ciência. A estudante Milena Guimarães revela que o retorno chega não só dos amigos próximos, mas dos que acompanham o projeto pelo Instagram.

- Esse retorno vem bastante pelos comentários nos posts, pelas mensagens no privado e até pelas respostas de stories. Mensagens tanto dos que acompanham a página, quanto dos que acompanham nossas vidas. São retornos positivos, o que nos deixa muito feliz.

Mograbi ainda ressalta que o Sentir Com Ciência surgiu de forma natural e que a equipe está aberta a várias possibilidades, como desenvolver um aplicativo ou utilizar o projeto academicamente. Para acompanhar o projeto Sentir Com Ciência, entre no Instagram: @sentir_com

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