Estratégia e inovação na Semana Integrada de Engenharia
22/08/2017 15:48
Helena Carmona

Vice-presidente da Coca-Cola Luiz Valmont encorajou alunos a se aventurarem em startups e falou da importância da análise de dados e conversa com o consumidor para o sucesso de uma empresa.

O executivo da Coca-Cola Luiz Valmont. Foto de Isabella Lacerda

“Como fazemos inovação?”, indagou o vice-presidente de Estratégia e Inovação da Coca-Cola, Luiz Valmont, aos 150 alunos presentes no Auditório do RDC na segunda-feira, 21, na abertura da terceira edição da Semana Integrada de Engenharia (SIEng). Na palestra “Da inovação à digitalização”, uma das mais de 60 atividades organizadas por alunos, o executivo recomendou aos estudantes que se aventurassem em startups “para aprender a serem donos dos próprios narizes”, e enfatizou que o mercado demanda mais profissionais empáticos e que trabalhem com análise de dados.

– Na Coca-Cola, nós inovamos colocando o consumidor no centro de tudo. Não adianta ter a fórmula perfeita se ela não supre a necessidade do seu consumidor. No setor de bens de consumo, o cerne dessa questão [identificar essa necessidade] está na análise de dados. Há um potencial enorme, e a Coca-Cola hoje analisa menos de um sexto dos dados que tem, porque ainda estão muito dispersos e são muito complexos.

Na era da Indústria 4.0, ou da quarta revolução industrial, que integra pessoas a máquinas e inteligência artificial, é um desafio das empresas usar a seu favor novos sistemas de tecnologia, como a Internet das Coisas, o big data e a computação em nuvem. O desafio na “Era da Inteligência, onde pessoas fazem perguntas melhores e máquinas produzem respostas melhores”, é abraçar as inovações certas para sua empresa.

– Já chegamos à conclusão de que não podemos utilizar todas as novas tecnologias que surgem, sobretudo no campo da informação. O importante é entender quais delas vão servir melhor ao objetivo da empresa, e o nosso objetivo é de conversar com o consumidor. Conversar de verdade, e não só pôr uma propaganda no seu feed do Facebook baseado no seu histórico de navegação – explicou.

Segundo ele, a jornada para identificar melhor as demandas do mercado necessita de profissionais que trabalhem com estatística, mas que também sejam curiosos, dispostos a aprender e empáticos:

– Há algum tempo a profissão de estatístico era extremamente marginalizada, mas com a digitalização do marketing precisamos cada vez mais de quem analise o volume gigante de dados que existe a respeito de cada consumidor. E, para além disso, precisamos de profissionais dispostos a sempre aprender e a se arriscar em ramos que não necessariamente sejam o seu. A Coca-Cola não tem medo de testar suas ideias.

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